segunda-feira, outubro 11, 2010

Fernando Lemos: "Eu sou a fotografia!"




Fernando Lemos está de novo em Lisboa, ali ao pé do bairro que o viu nascer, Campo de Ourique. A exposição Isto é Isto e Ex-Fotos está na Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva que mostra desenho e fotografia. No dia 9 de Outubro, o artista acompanhado dos comissários Filipa Valladares e João Pinharanda esteve à conversa com quem gosta de fotografia.

A partir do dia 17 de Outubro vamos poder assistir ao Ciclo Fernando Lemos na FASVS com filmes e documentários sobre o artista:
15 Outubro, Luz Teimosa, estreia no Doc'Lisboa 2010, às 19h00, na Culturgest.
17 Outubro, 7 e 21 Novembro, domingos, 15h30 Fernando Lemos – atrás da Imagem, de Guilherme Coelho, 2006, 55’
24 Outubro, 14 e 28 Novembro Foto Doc: Fernando Lemos, de Camila Garcia e Renato Suzuki, 2005, 30'. Fernando Lemos e o Surrealismo, de Bruno de Almeida e Pedro Aguilar, 2006, 10’
31 Outubro, 5 Dezembro Conversas com Glícinia, de Jorge Silva Melo, 2004, 55’
Janeiro 2011 (em dias a anunciar) Luz Teimosa, de Luís Alves de Matos, 2010, 75’ (estreia no Doc’Lisboa 2010, 15 Outubro, 19h00, Culturgest)




Artista plástico português, José Fernandes de Lemos nasceu em 1926, em Lisboa. A sua actividade estende-se a áreas como a pintura, desenho, fotografia, gravura, artes gráficas e poesia. Estudou pintura e litografia na Escola de Artes Decorativas António Arroio e, depois, pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Os seus tempos de adolescência foram passados dentro do meio artístico lisboeta. Aos 18 anos começou a trabalhar como desenhador de publicidade, o que aumentou o convívio com artistas e poetas. Desde cedo, Fernando Lemos definiu-se como "surrealista, pintando, desenhando, escrevendo poesia" e fotografando.Os poucos anos que dedicou à fotografia tiveram a sua origem depois de umas férias (1947) passadas com o pintor Vespeira nas ilhas Berlengas onde realizou uma série de pinturas sobre a água. A noção de a água poder integrar a própria pintura desencadeou nela a ideia da fotografia, partindo da evidência da imagem fotográfica surgir de um elemento líquido. Em 1949 comprou uma Flexaret e começou a fotografar. Nesta altura, já o período surrealista tinha passado e a fotografia que se fazia em Portugal era meramente paisagística. A necessidade inconsciente de liberdade de expressão levou Fernando Lemos a fotografar recorrendo a processos muito utilizados na fotografia surrealista (solarização, sobreposições, impressões em negativo e positivo) construindo uma linguagem de fragmentação da imagem (algo frequente, por exemplo, em Man Ray). Em 1953, em virtude da sua oposição ao regime salazarista, muda se para São Paulo, Brasil, naturalizando-se brasileiro por volta de 1960. Em 1955, ganhou o prémio viagem da Fundação Bienal de São Paulo (3.a Bienal) e viaja pela Europa. Em 1962 recebe uma bolsa de estudos para o Japão, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Na sua actividade como poeta e escritor integrou a redacção do jornal Portugal Democrático, um jornal dedicado aos exilados políticos no Brasil, entre 1955 e 1975. Dedicou se, também, à escrita de poesia e, em 1985, publicou o livro intitulado Cá & Lá, editado pela Imprensa Nacional, Lisboa. Na sua pintura, Fernando Lemos evoluiu de um abstraccionismo geométrico (anos 70) para uma pintura de "rigor" com elementos figurativos onde ressurgem formas orgânicas com um tipo de construção e composição no espaço que se pode comparar ao início da sua obra nos anos 1950. Esta pintura está enraizada na fantasia e no lirismo.Apesar de a sua actividade actual dominante ser a de designer e pintor, foi o seu espólio fotográfico que lhe permitiu ganhar o Prémio Anual de Fotografia, concedido pelo Centro Português de Fotografia, Porto, em 2001.
Fernando Lemos é desenhador, pintor, poeta e fotógrafo. Ou melhor, como costuma dizer o fotógrafo: "Eu sou a fotografia". Quem gosta muito de fotografia foi, no dia 9 de Outubro, à Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, ouvir o artista falar sobre: "A nossa cara.", "O que é a fotografia?", "A alta-definição", " O olho", "A intimidade", "Ler fotografia.". Estivemos lá "para o que der e vier..." Gravei 2 Gigabites de conversa. Entretanto, esgotaram-se os Gigas e a conversa ficou a meio.


"Estamos aqui para o que der e vier."



"A fotografia é ensinar a ver"


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"Ler a fotografia"


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"O que é a fotografia?"


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"A velocidade, a precisão, o original, a cóopia e a matriz."


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"A alta definição"



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"Isto é Isto!"


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"O gesto, o olho e a intimidade."


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"O retrato e a procura da nossa cara!"
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"O autoretrato de Portugal!"

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domingo, outubro 03, 2010

África: See you, see me!


"Daniele Tamagni. Dandies" que Chegaram da Republica do Congo. Vestidos com roupas à maneira europeia.




Daniele Tamagni. #1 Lalhande em frente do Photo Studio (Ed. 3/10). Gentlemen of Bacongo Series, 2008 Brazzaville. Cortesia da Galeria Michael Hopper. 100x66 cm, lambda print em aluminio.

Waka Photos
Michael Tsegaye. Alemaya Series. 2006, Ethiopia 50x33 cm.
George Osodi. Gold Mine Obuasi 2009, Ghana. 100x67 cm.

Majida Khattari. From the Series Voilée/dévoilée. 2007/2008 France. 33x50 cm.

Majida Khattari. Sac à main. 2007/2008 França. 33x50 cm.

Majida Kattari. Les Parisiennes. From the Series Voilée/dévoilée. 2007/2008 França. 100x66 cm.



Malik Nejmi, Bâ Oua Salâm, 2005 © Musée national de l’histoire et des cultures de l’immigration, CNHI.
« Tu es parti comme un voyageur, je suis revenu comme un fils d’immigré », Malik Nejmi é de origem franco-marroquina. Pode visitar o seu site aqui.



Mamadou Mbaye. Studio Portraits Series. c. 1960-70 Mali. From the Archive Collection of Manthia Diawara. 60x60 cm.



Nii Obodai. Retratos: As We Are. Da Serie Who Knows Tomorrow, 2009. 70x70 cm.


Nii Obodai. Retratos: As We Are. Da Serie Who Knows Tomorrow, 2009. 70x70 cm.


Bartelemy Toguo. Afrika Oil, 2005-2008. 20x26 cm.

Angèle Etoundi Essamba. Double dos et face, 2002. 50x33 cm, Lambda print between aluminium and acrylic.

Inês Gonçalves e Kiluanje Liberdade. Dama da Rainha.
Tchiloli, formiguinha da Boa Morte Series, 2008 São Tomé e Principe. 70x70cm.

Inês Gonçalves e Kiluanje Liberdade. Advogado.
Tchiloli, formiguinha da Boa Morte Series, 2008 São Tomé e Principe. 70x70cm.


Inês Gonçalves e Kiluanje Liberdade. Sibila, marquês de mantua e Ermelinda.
Tchiloli, formiguinha da Boa Morte Series, 2008 São Tomé e Principe. 70x70cm.

Andrew Esiebo. Football 50x33 cm.
Patrizia Guerresi Maïmouna. Ibrahim.

Patrizia Guerresi Maïmouna. La Mére-Minaret.

Patrizia Guerresi Maïmouna. Genitilla Al Wilada.

Patrizia Guerresi Maïmouna. Le Trône de Salomon.


Apinda Mpako and Ayanda Magudulela, Parktown, Johannesburg 2007 (© Zanele Muholi).

Daniele Tamagni. #1 Lalhande em frente do Photo Studio (Ed. 3/10). Gentlemen of Bacongo Series, 2008 Brazzaville. Cortesia da Galeria Michael Hopper. 100x66 cm, lambda print em aluminio.

Daniele Tamagni. Gentlemen of Bacongo Series, 2008 Brazzaville. Cortesia da Galeria Michael Hopper. 100x66 cm, lambda print em aluminio.


"Daniele Tamagni. Dandies" que Chegaram da Republica do Congo. Vestidos com roupas à maneira europeia.
Leia "Eis os homens mais elegantes de África", aqui no jornal ionline.

Lyle Ashton Harris. Ghanian Cell Phone Series. Gana. 50x33 cm.
Deb Willis. 2004 37x50 cm.

Marco Ambrosi. Africanos fotografados em Verona, Itália.

Africanos fotografados em Verona, Itália por Marco Ambrosio.

Africanos fotografados em Verona, Italia por Marco Ambrosio. Este retrato é de uma senhora que trabalha numa fábrica. Se olharmos com atenção vemos que uma das mãos, que é aquela com que trabalha, tem as unhas cortadas.



Portraits in Black são uma serie de fotografias tiradas em Verona, Itália, onde vive uma importante comunidade de cidadãos africanos. São pessoas com diplomas e licenciaturas que não podem usar em Itália. E são cidadãos ilegais. (in Público de 01/10/2010).
Marco Ambrosi o autor das fotografias aos africanos em Verona, Itália.



Aldo Sodoma. Girl in Beauty Supply Store. Da Serie The Portraits in Black.


Alfredo Muñoz de Oliveira. From the Series Cova da Moura, Lisboa, Portugal.
60x40 cm.



Delphine Diallo, fotografo senegalês.


Delphine Diallo. Back to àfrica, 2010. 66x100 cm.


Paulina Valente Pimentel. In the way of Ali Farka Series. 2002 Mali. Cortesia da Galeria 3+1 Arte Contemporânea. 100x67 cm.

Paulina Valente Pimentel. In the way of Ali Farka Series. 2002 Mali. Cortesia da Galeria 3+1 Arte Contemporânea. 100x67 cm.


Luis Basto. Um Sonho de Criança. 1998, Zanzibar, Tanzania. 50x33 cm.
Luis Basto. Povo da Beira. 2004, Moçambique. 33x50 cm.


















Zanele Muholi. Massah and Minah Series. 2008 . 40x27 cm. Cortesia Michael Stevenson, Cap Town.


“AFRICA: SEE YOU, SEE ME”
The influence of african self-representation on contemporary Africa photography
a photography exhibition curated by AWAM AMKPA
Museu da Cidade de Lisboa

SEPTEMBER 30 – NOVEMBER 28 de 2010

Fotografias de :
MARCO AMBROSI, LUIS BASTO, OLOGEH OTUKE CHARLES, MATTEO DANESIN, DELPHINE DIALLO, SOIBIFAA DOKUBO, ANDREW DOSUNMU, ANIRBAN DUTTAGUPTA, ANDREW ESIEBO, ANGÈLE ETOUNDI ESSAMBA, INÊS GONÇALVES, P. MAÏMOUNA GUERESSI, HASSAN HAJJAJ, LYLE ASHTON HARRIS, UCHE OKPA IROHA,MAJIDA KHATTARI, STANLEY LUMAX, MAMADOU M’BAYE, ZANELE MUHOLI, MALIK NEJMI, CEDRIC NUNN, NII OBODAI, J.D. OJEIKERE, ALFREDO MUÑOZ DE OLIVEIRA, GEORGE OSODI, ZAK OVÉ, PAULIANA VALENTE PIMENTEL, MALIK SIDIBE, ALDO SODOMA, DANIELE TAMAGNI, HANK WILLIS THOMAS, BARTELEMY TOGUO, MICHAEL TSEGAYE, DEB WILLIS