quinta-feira, janeiro 24, 2008

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A realidade "também" a cores
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A TRICROMIA

O francês Louis Ducos du Hauron (1837-1920), foi o inventor da fotografia a cores em 1868. Eescreveu “Lés Couleurs en Photographie”, em 1869. Foi também o inventor da tricromia, processo de fotografar e de impressão em policromia de fotografias. Hauron foi ainda, o inventor dos anaglifos, imagens que dão a impressão de relevo quando as olhamos através de óculos com uma lente vermelha e outra verde.


Agen, França em 1877. Fotografia de Louis Ducos du Hauron


Les Autochromes Lumière
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Os irmãos Auguste e Louis Lumière registaram logo em 17 de Dezembro de 1903 e apresentaram na Academia de Ciências a 30 de Maio de 1904 as placas autochrome Lumière. A partir de Junho de 1907 a invenção começa a ser comercializada e em 1913 são cerca de 6 mil placas de vidro que saem diariamente das fábricas Lumière. Em 1931 começam a vender-se os Filmcolor, material à base de celulóide. Dois anos depois foi substituído pelo Lumicolor.
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Photographies couleurs collections privées de la famille
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O AUTOCROME
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Este processo consistia em cobrir um vidro com oito a nove mil grãos de amido de batata por milímetro quadrado. Esses grãos coloridos de violeta, verde e laranja eram misturados numa proporção tal que a mistura apresentava uma cor neutra. Eram depois espalhados sobre uma chapa de vidro e submetidos a alta pressão de iodo para formarem uma camada muito fina, uniforme, transparente, com a espessura de um só grão. Pó de carvão era usado para tapar os poros e fixava-se sobre a placa com a ajuda de um betume, uma aplicação de carbono que permitia preencher as separações dos grãos.
Os grãos de amido eram depois cobertos com emulsão pancromática e expostos numa máquina fotográfica com a emulsão por detrás do vidro e dos grãos de amido. A luz atravessava primeiro o vidro, depois os grãos coloridos e finalmente registava na emulsão uma imagem a preto e branco contendo toda a informação cromática da cena fotografada. A chapa era revelada por um processo reversível. A imagem final resultava da sobreposição de um positivo transparente a preto e branco com o ecrã colorido. Tinha um aspecto granuloso, apresentando cores suaves. Os pequenos pontos coloridos não se apercebiam a olho nu e as três cores misturavam-se perfeitamente dando a aparência das cores reais. O processo apresentava excelente estabilidade. Duas revelações sucessivas transformavam a placa em positivo restituindo-lhe as cores reais da natureza. Depois aplicava-se um verniz destinado a aumentar a transparência das cores e a proteger a superfície sensibilizada das deteriorações, O resultado que se obtinha era o de uma placa positiva visível por transparência, da mesma forma de como seriam mais tarde vistos os diapositivos.

Em 1909 o banqueiro Albert Kahn (1860-1940), decidiu conceber o seu projecto para os Arquivos da Planète, primeiro com imagens a preto e branco mas, a partir de 1912 e 1913 o operador Stéphane Paset vai realizar autocromes na República Popular da China. Entre 1909 e 1931, Albert Kahn financia reportagens fotográficas em mais de cinquenta países; 72 000 autocromes resultaram deste empreendimento, inventário fotográfico único e testemunho essencial dos primeiros anos do séc. XX.


Technicolour dream: a married noblewoman, Ulan Bator, 1913

Outro processo que dava os primeiros passos era a revelação cromogénia inversivel, descoberta de R. E. Liesegang em 1895 e B. Homolka em 1907. O uso de acopladores de cor foi patenteado por Rudolph Fischer em 1912. Os corantes amarelo, cian e magenta, constituintes da imagem a cor, são formados durante a revelação cromogénia por reacção química do revelador oxidado com acopladores de cor existentes na emulsão ou no banho revelador. No processo de revelação cromogénia a primeira reacção dá-se entre os sais de prata e o revelador, formando-se prata metálica e revelador oxidado. A segunda reacção dá-se entre o revelador oxidado e os acopladores de cor formando-se corante. A prata é eliminada num banho posterior e a imagem final é constituída apenas por corantes. Os acopladores de cor não usados permanecem invisíveis na emulsão. Este método foi um grande desenvolvimento na cor da fotografia, e na qualidade da imagem, mas as cores produzidas eram inexactas, porque os acopladores não permaneciam nas camadas dos respectivos filmes.
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Serge Prokoudine Gorsky
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Tolstoy fotografado a cores por Prokudin-Gorsky


Nos anos 20, Serge Prokoudine Gorsky, um dos pioneiros russos da fotografia a cores, fundador com os seus filhos Michel e Dimitri da sociedade Elka, torna-se conhecido quando desenvolve e melhora um processo de revelação a cores.


Kodachrome e a evolução da fotografia a cores


Rolos Kodachrome de 1935 ....................................Fotografia Autochrome de 1907,

Curiosamente foram dois músicos profissionais que ficaram ligados ao maior sucesso de sempre da fotografia a cores a kodachrome, são eles os americanos Leopold Godowsky, Jr. e Leopold Mannes. A Kodachrome foi inventada por eles em 1930 e veio revolucionar todos os conceitos até então existentes sobre fotografia. Entrou nas nossas casas, nas revistas dos cabeleireiros, impôs-se na publicidade no cinema na moda, no fotojornalismo e por fim nas artes.




Quem da nossa geração, não teve o seu momento kodachrome? Tivemos todos os nossos momentos Kodachrome, aqui ficam alguns dos meus momentos coloridos nos anos sessenta e setenta.





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Kodachrome em 1974, o meu irmão Miguel e eu muito coloridos.



1969, eu a fazer-me à Kodachrome


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.Kodachrome de John F. Kennedy apenas 90 segundos antes de seu assassinato em 1963

Se pretenderem continuar a conhecer a cor na fotografia, não deixem de ler o Prof. Jorge Calado no Blogue da Associação Portuguesa de Photographia e no Sais de Prata e Pixels da Madalena Lello o que estes escreveram sobre o tema.


Mistérios da Cor
Será preciso recomeçar a fabricar os papéis e a preparar pigmentos

“O problema estava no excesso de informação. Se já era difícil procurar o instante decisivo em que a estrutura geométrica e significado coalesciam numa mensagem una e definida, era mesmo impossível esperar que as cores, aleatórias como a vida, harmonizassem com tudo o resto. À coca na esquina da rua, o fotografo não podia pedir à fulana que passava que mudasse ou tingisse o vestido, ou que o dono da loja alterasse a cor do letreiro, para tudo « ficar melhor no retrato». O pintor comanda a paleta; o fotógrafo governa-se com o que Deus lhe dá.”
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Jorge Calado in Actual, Expresso 9 de Abril de 2005, no Blogue da APPh.
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Joel Meyerowitz e a cor na fotografia
A 28 de Novembro de 2006 Madalena Lello, a propósito da cor na fotografia de Joel Meyerowitz, escrevia assim: “A utilização tardia da cor na fotografia continua um mistério por desvendar.A justificação de que os filmes a cores produziam cores instáveis não serve a partir da década de 1930. Em 1936, a Eastman Kodak Company comercializava o Kodachrome Color Film.”


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Ângela Camila Castelo-Branco, APPh.
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4 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

essa tua fotografia à beira da piscina do hotel da Inhaca, é muito bonita. parecias uma Brigitte Bardot em miniatura. Com a boa memória que tenho, acredita que é como se lá estivesse agora, a ver o pai a tirar o slide. Bons tempos.

Grand Monde disse...

Meu querido "mano"

O pai tem muitos dotes... Mas acho que não seria capaz de estar dentro da piscina é a fotografar-me ao mesmo tempo.
Mas...

Angela Camila

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