“J. Laurent e Portugal – Fotografia do século XIX” é uma exposição organizada pela APPh. - Associação Portuguesa de Photographia e produzida pelo Centro Português de Fotografia, em parceria com a Torre do Tombo, ambos arquivos dependentes da DGARQ - Direcção Geral de Arquivos, integrando peças que pertencem a coleccionadores privados e a instituições oficiais.
A exposição procura divulgar o pleno dos trabalhos que J. Laurent fez em Portugal e tem como comissários Ângela Camila Castelo-Branco e Alexandre Ramires, sócios fundadores da APPh. e Carlos Teixidor, curador dos espólios fotográficos de Laurent depositados no Instituto do Património Cultural de Espanha - IPCE, no arquivo fotográfico Ruiz Vernacci, Madrid.
J. Laurent (1816-1886), nasceu em França e manteve sempre a sua nacionalidade de origem, apesar de ter residido em Madrid durante 43 anos, cidade em que morreu. Jean, ou Juan, assinava J. Laurent.
Em 1856, abriu em Madrid, na Rua de São Jerónimo n.º 39, um estúdio fotográfico. Foi o começo de uma aventura que acabaria no maior levantamento fotográfico da Península Ibérica no século XIX.
As fotografias expostas são, na sua maioria impressas em papel albuminado, feitas a partir de negativos em vidro cujo processo de obtenção foi o colódio húmido.
A exposição apresenta-se distribuída por várias enxovias do edifício da Cadeia da Relação do Porto. Assim, temos na enxovia do Senhor de Matosinhos a parte dedicada aos monumentos e paisagens e às vistas estereoscópicas que Laurent efectuou em Portugal.
Na enxovia de Santa Teresa podemos ver os trabalhos que dizem respeito às séries A (pintura) e B (escultura) dedicadas às obras de arte que Laurent fotografou em Portugal e Espanha, em instituições e museus, especialmente na Academia Real de Lisboa, na Academia Real de Belas Artes portuguesa, no Museu do Prado, em Madrid, ou no Museu de Belas Artes de Sevilha.
A enxovia de Santa Ana é dedicada ao retrato; aí podem ser vistas imagens dos Reis D. Fernando II e D. Luís, do Príncipe D. Carlos e do Infante D. Afonso, todas obtidas em Portugal. Nesta sala, podemos ver também fotografias da família real espanhola, bem como outras figuras da política do país vizinho, como, por exemplo, a fotografia do Governo Provisório, constituído após a revolução de Setembro de 1868 – iniciada em Cádiz pelo General Prim -, além de algumas carte de visite com os membros desse mesmo Primeiro Governo Provisório.
A enxovia de Santo António é dedicada a paisagens, vistas urbanas, arquitectura e obras públicas em Espanha e contém elementos biográficos do autor, numa síntese com os aspectos mais relevantes da sua obra.
A exposição procura divulgar o pleno dos trabalhos que J. Laurent fez em Portugal e tem como comissários Ângela Camila Castelo-Branco e Alexandre Ramires, sócios fundadores da APPh. e Carlos Teixidor, curador dos espólios fotográficos de Laurent depositados no Instituto do Património Cultural de Espanha - IPCE, no arquivo fotográfico Ruiz Vernacci, Madrid.
J. Laurent (1816-1886), nasceu em França e manteve sempre a sua nacionalidade de origem, apesar de ter residido em Madrid durante 43 anos, cidade em que morreu. Jean, ou Juan, assinava J. Laurent.
Em 1856, abriu em Madrid, na Rua de São Jerónimo n.º 39, um estúdio fotográfico. Foi o começo de uma aventura que acabaria no maior levantamento fotográfico da Península Ibérica no século XIX.
As fotografias expostas são, na sua maioria impressas em papel albuminado, feitas a partir de negativos em vidro cujo processo de obtenção foi o colódio húmido.
A exposição apresenta-se distribuída por várias enxovias do edifício da Cadeia da Relação do Porto. Assim, temos na enxovia do Senhor de Matosinhos a parte dedicada aos monumentos e paisagens e às vistas estereoscópicas que Laurent efectuou em Portugal.
Na enxovia de Santa Teresa podemos ver os trabalhos que dizem respeito às séries A (pintura) e B (escultura) dedicadas às obras de arte que Laurent fotografou em Portugal e Espanha, em instituições e museus, especialmente na Academia Real de Lisboa, na Academia Real de Belas Artes portuguesa, no Museu do Prado, em Madrid, ou no Museu de Belas Artes de Sevilha.
A enxovia de Santa Ana é dedicada ao retrato; aí podem ser vistas imagens dos Reis D. Fernando II e D. Luís, do Príncipe D. Carlos e do Infante D. Afonso, todas obtidas em Portugal. Nesta sala, podemos ver também fotografias da família real espanhola, bem como outras figuras da política do país vizinho, como, por exemplo, a fotografia do Governo Provisório, constituído após a revolução de Setembro de 1868 – iniciada em Cádiz pelo General Prim -, além de algumas carte de visite com os membros desse mesmo Primeiro Governo Provisório.
A enxovia de Santo António é dedicada a paisagens, vistas urbanas, arquitectura e obras públicas em Espanha e contém elementos biográficos do autor, numa síntese com os aspectos mais relevantes da sua obra.
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J. Laurent
Vistas e monumentos
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O número das fotografias de paisagens e monumentos que Laurent fez de Portugal situa-se entre a Basílica da Estrela n.º 800 e a Torre do Aqueduto de Évora n.º 885 da série “C”. As obras de arte de pintura e escultura têm outra numeração dentro de outras séries: “A” para a pintura, “B” para a escultura e uma série “S” reservada às estereoscopias. Segundo Carlos Teixidor, Laurent terá feito cerca de 450 negativos em Portugal, correspondentes a cerca de 200 títulos diferentes.
Encontram-se actualmente em depósito em Madrid no “Instituto do Património Cultural de Espanha”, no arquivo fotográfico Ruiz Vernacci, 230 negativos de vidro em colódio sobre Portugal: 12 no excepcional formato panorâmico de 27x60 centímetros cada parte, 143 no formato 27x36 cm e as 75 placas restantes estereoscópicas em 13x18 centímetros.
As vistas e monumentos que Laurent fez em Portugal devem ser apreciados tendo em atenção a rede ferroviária dos caminhos-de-ferro então existente no nosso território, iniciada que foi em 1856 com o troço entre Lisboa e o Carregado. Dava, pois, os primeiros passos, quando em 1869 J. Laurent fotografou Portugal. O artista deslocava-se de comboio devido à quantidade de material necessário para a obtenção dos negativos em vidro de colódio húmido que tinham de ser sensibilizados e revelados no local onde se fotografava.
Laurent fotografou em Setúbal, cidade a que se chegava pela linha do Sado, aberta em 1861, num troço a partir do Pinhal Novo. Fotografou em Évora onde as locomotivas chegaram em 1863 pela linha do Sul, fazendo a ligação à fronteira espanhola pela Linha de Leste, no mesmo ano em que a rede ferroviária chegou a Badajoz e aguardava ligação a Madrid.
Em 1867, o governo autoriza a construção da linha do Douro, que só ficará concluída em 1887; em 1875, circulará o primeiro comboio a norte do Douro, enquanto a ligação ferroviária entre Lisboa e o Porto só foi possível em 1877, depois da construção da Ponte D. Maria Pia. De facto, em algumas localidades, não terá sido possível a J. Laurent chegar através da ferrovia; assim acontecia em Braga onde o comboio ainda não tinha chegado em 1869 ou em Sintra onde só chega em 1873. Mas tal não foi impedimento para que o fotógrafo se deslocasse a Braga, nem tão pouco a Sintra e aos Palácios da Pena e de Monserrat, no alto da serra.
Segundo Carlos Teixidor, Évora pode ter sido a última cidade portuguesa a ser fotografada por Laurent; se tivermos em conta a numeração nos seus catálogos, verificamos que, imediatamente a seguir ao n.º 875, o Aqueduto de Évora, segue-se o n.º 886 que já corresponde à cidade de Cáceres.
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Vistas e monumentos
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O número das fotografias de paisagens e monumentos que Laurent fez de Portugal situa-se entre a Basílica da Estrela n.º 800 e a Torre do Aqueduto de Évora n.º 885 da série “C”. As obras de arte de pintura e escultura têm outra numeração dentro de outras séries: “A” para a pintura, “B” para a escultura e uma série “S” reservada às estereoscopias. Segundo Carlos Teixidor, Laurent terá feito cerca de 450 negativos em Portugal, correspondentes a cerca de 200 títulos diferentes.
Encontram-se actualmente em depósito em Madrid no “Instituto do Património Cultural de Espanha”, no arquivo fotográfico Ruiz Vernacci, 230 negativos de vidro em colódio sobre Portugal: 12 no excepcional formato panorâmico de 27x60 centímetros cada parte, 143 no formato 27x36 cm e as 75 placas restantes estereoscópicas em 13x18 centímetros.
As vistas e monumentos que Laurent fez em Portugal devem ser apreciados tendo em atenção a rede ferroviária dos caminhos-de-ferro então existente no nosso território, iniciada que foi em 1856 com o troço entre Lisboa e o Carregado. Dava, pois, os primeiros passos, quando em 1869 J. Laurent fotografou Portugal. O artista deslocava-se de comboio devido à quantidade de material necessário para a obtenção dos negativos em vidro de colódio húmido que tinham de ser sensibilizados e revelados no local onde se fotografava.
Laurent fotografou em Setúbal, cidade a que se chegava pela linha do Sado, aberta em 1861, num troço a partir do Pinhal Novo. Fotografou em Évora onde as locomotivas chegaram em 1863 pela linha do Sul, fazendo a ligação à fronteira espanhola pela Linha de Leste, no mesmo ano em que a rede ferroviária chegou a Badajoz e aguardava ligação a Madrid.
Em 1867, o governo autoriza a construção da linha do Douro, que só ficará concluída em 1887; em 1875, circulará o primeiro comboio a norte do Douro, enquanto a ligação ferroviária entre Lisboa e o Porto só foi possível em 1877, depois da construção da Ponte D. Maria Pia. De facto, em algumas localidades, não terá sido possível a J. Laurent chegar através da ferrovia; assim acontecia em Braga onde o comboio ainda não tinha chegado em 1869 ou em Sintra onde só chega em 1873. Mas tal não foi impedimento para que o fotógrafo se deslocasse a Braga, nem tão pouco a Sintra e aos Palácios da Pena e de Monserrat, no alto da serra.
Segundo Carlos Teixidor, Évora pode ter sido a última cidade portuguesa a ser fotografada por Laurent; se tivermos em conta a numeração nos seus catálogos, verificamos que, imediatamente a seguir ao n.º 875, o Aqueduto de Évora, segue-se o n.º 886 que já corresponde à cidade de Cáceres.
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Mosteiro dos Jerónimos, J. Laurent, 1869. Colecção João José P. Edward Clode.
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Mosteiro dos Jerónimos, J. Laurent, 1869. Colecção Alexandre Ramires.
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Panorâmica do Porto, J. Laurent, 1869. Colecção Manuel Magalhães.
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Igreja de Sta. Cruz, Coimbra. J. Laurent 1869. Colecção Alexandre Ramires.
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Universidade de Coimbra, J. Laurent, 1869. Colecção António Barreto.
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J. Laurent
Galeria de retratos
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No início da sua actividade em 1856, quando abriu estúdio na Rua de São Jerónimo, n.º 39, em Madrid, o retrato era a principal fonte de receita de J. Laurent.
“J. Laurent / Reproducciones de todas clases y retratos todos los dias excepto los festivos / además poseen retratos de la família Real, así como la colección de los personajes más célebres de España.”, lia-se no cabeçalho das facturas da Casa Laurent.
Em 1861, edita o seu primeiro catálogo: o “Catálogo de los retratos que se venden en casa de J. Laurent” lista 180 títulos, de personalidades a começar pela Rainha Isabel II e seus familiares e 78 reproduções de quadros do Museu do Prado. Em 1861, Laurent já ostentava nas suas fotografias as armas da família real espanhola e a legenda “Fotógrafo de S. M. a Rainha”.
Laurent começou por ser um retratista. No dia 30 de Abril de 1866 na publicação “La Lumière” lia-se sobre a descoberta de Martinez-Sanchez e de Laurent, o papel leptográfico. Uma descoberta que anunciava o fim das albuminas e o inicio da comercialização de papeis previamente sensibilizados. Alguns dos retratos da casa Laurent foram impressos em papel leptográfico.
Quando Isabel II foi destronada em 1868, Laurent apaga do seu carro laboratório todas as referências à monarquia e rasura em todos os cartões a designação de fotógrafo de S. M. a Rainha de Espanha. Fotografa, então, o Primeiro Governo Provisório constituído depois da revolução de Setembro de 1868 e alguns dos seus membros e intervenientes: o General Badomero Espartero, Luis Zorrilla, Almirante Topete, Rivero e Madoz.
No ano seguinte, 1869, Laurent viaja para Portugal, onde fotografa a família real de Bragança, os Reis D. Fernando II e D. Luís I, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Afonso.
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Galeria de retratos
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No início da sua actividade em 1856, quando abriu estúdio na Rua de São Jerónimo, n.º 39, em Madrid, o retrato era a principal fonte de receita de J. Laurent.
“J. Laurent / Reproducciones de todas clases y retratos todos los dias excepto los festivos / además poseen retratos de la família Real, así como la colección de los personajes más célebres de España.”, lia-se no cabeçalho das facturas da Casa Laurent.
Em 1861, edita o seu primeiro catálogo: o “Catálogo de los retratos que se venden en casa de J. Laurent” lista 180 títulos, de personalidades a começar pela Rainha Isabel II e seus familiares e 78 reproduções de quadros do Museu do Prado. Em 1861, Laurent já ostentava nas suas fotografias as armas da família real espanhola e a legenda “Fotógrafo de S. M. a Rainha”.
Laurent começou por ser um retratista. No dia 30 de Abril de 1866 na publicação “La Lumière” lia-se sobre a descoberta de Martinez-Sanchez e de Laurent, o papel leptográfico. Uma descoberta que anunciava o fim das albuminas e o inicio da comercialização de papeis previamente sensibilizados. Alguns dos retratos da casa Laurent foram impressos em papel leptográfico.
Quando Isabel II foi destronada em 1868, Laurent apaga do seu carro laboratório todas as referências à monarquia e rasura em todos os cartões a designação de fotógrafo de S. M. a Rainha de Espanha. Fotografa, então, o Primeiro Governo Provisório constituído depois da revolução de Setembro de 1868 e alguns dos seus membros e intervenientes: o General Badomero Espartero, Luis Zorrilla, Almirante Topete, Rivero e Madoz.
No ano seguinte, 1869, Laurent viaja para Portugal, onde fotografa a família real de Bragança, os Reis D. Fernando II e D. Luís I, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Afonso.
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Princípe Real D. Carlos e o Infante D. Afonso no Palácio Real da Ajuda, 1869.Pode tratar-se de uma impressão em papel leptográficoReprodução em tamanho real (160x130 cm.), da fotografia assinada por Laurent quando esteve em Lisboa e cujo original se encontra no Palácio Nacional da Ajuda. Inv. F64334
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.D. Isabel II, rainha de Espanha, 1860s. Papel albuminado colado em CDV. Colecção Nuno Borges de Araújo.
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Retrato do General Leopoldo O´Donnell y Jorris (1809-1867), 1.º Duque de Tetuán. Grande formato, Papel albuminádo. Colecção Nuno Borges Araújo.
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Governo Provisório constituido depois da Revolução de Setembro de 1868. Albumina de J. Laurent, prova a partir de negativo em vidro de colódio húmido, Setembro 1868. Da esquerda para a direita: Figuerola, Ruiz Zorrilla, Sagasta, Prim,Serrano, Topete, López de Ayala, Ortiz e Lorenzana. Colecção Alcídia e Luis Viegas Belchior. Aquisição com o patrocínio do Banco BPI e de Hipermercados Continente SA Colecção Nacional de Fotografia 2458 LXXVI – CPF/DGARQ/MC
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Francisco Pi y Margall (1824-1901) Albumina colada em CDV feita a partir de negativo em vidro de colódio húmido. Colecção António Barreto.
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Existem numerosos retratos da família real portuguesa, segundo Ângela Camila Castelo-Branco alguns destes retratos são de tal forma informais que, dificilmente teriam sido obtidos com um propósito oficial e tão pouco, por essa razão, poderiam ter sido efectuados sem a presença de Laurent. O mobiliário que aparece nas fotografias da família real portuguesa é mobiliário do Palácio Nacional da Ajuda – que ainda hoje lá se encontra. Para além disso, existe no Palácio Nacional da Ajuda uma peça única e de excepcional interesse: a fotografia em tamanho natural 160x130 cm do príncipe D. Carlos com o irmão o infante D. Afonso, na então residência da família real portuguesa, que está assinada pela mão do fotógrafo Laurent, o que sugere a sua presença em Lisboa. Esta peça de excepcional raridade ganhava em ser restaurada com a maior brevidade, dado o seu estado de conservação.
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Existem numerosos retratos da família real portuguesa, segundo Ângela Camila Castelo-Branco alguns destes retratos são de tal forma informais que, dificilmente teriam sido obtidos com um propósito oficial e tão pouco, por essa razão, poderiam ter sido efectuados sem a presença de Laurent. O mobiliário que aparece nas fotografias da família real portuguesa é mobiliário do Palácio Nacional da Ajuda – que ainda hoje lá se encontra. Para além disso, existe no Palácio Nacional da Ajuda uma peça única e de excepcional interesse: a fotografia em tamanho natural 160x130 cm do príncipe D. Carlos com o irmão o infante D. Afonso, na então residência da família real portuguesa, que está assinada pela mão do fotógrafo Laurent, o que sugere a sua presença em Lisboa. Esta peça de excepcional raridade ganhava em ser restaurada com a maior brevidade, dado o seu estado de conservação.
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D. Fernando. Formato Cartão Cabinet ca. 1869. J. Laurent. Colecção Manuel Magalhães.
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.D. Luis fotografado por J. Laurent, 1869. Colecção
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Rei D. Luís – farda marinha. Albumina, prova a partir de negativo em vidro de colódio húmido, ca. 1869. Palácio Nacional da Ajuda. Inv. F 60044
Rei D. Luís – farda marinha. Albumina, prova a partir de negativo em vidro de colódio húmido, ca. 1869. Palácio Nacional da Ajuda. Inv. F 60044
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Príncipe Real D. Carlos – com livro na mão, autoria de J Laurent, (PNA Inv. F 61291)
Infante D. Afonso de Bragança. Albumina Cartão Cabinet feita a partir de um negativo em vidro de colódio húmido, ca. 1869. Colecção
J. Laurent
A fotografia de obras de arte.
J. Laurent fotografou inúmeras obras de arte do Museu do Prado, da Real Academia de Belas Artes de São Fernando, da Colecção de Lázaro Galdiano e do Museu de Belas Artes de Sevilha. Em Portugal, fotografou obras de ourivesaria, pintura e escultura, em várias instituições. No Palácio Real da Ajuda, fotografou objectos pessoais pertencentes a D. Luís, a D. Fernando e ao Marquez de Souza-Holstein; no então Palácio Real de Belém, fotografou o Coche de Gala do Rei D. João V.
Fotografou pintura e escultura na Academia Real de Belas-Artes de Lisboa e na Academia Real de Lisboa, hoje Academia de Ciências de Lisboa, onde se encontravam as obras do Museu Mainense do extinto Convento Nossa Senhora de Jesus. No catálogo de 1879 estão nomes como os de Josefa Ayalla (Josefa d’Óbidos), F. Vieira de Matos (Vieira Lusitano), Amaro do Vale, Pedro Alexandrino e Domingos António de Sequeira. Fotografou, ainda, a Custódia de Belém e a Cruz de D. Sancho I e, na Biblioteca de Évora, um baixo-relevo em ardósia que representa uma contenda entre judeus e fariseus e o tríptico de Limoges atribuído a Nardon Pénicaud (1470-c.1543), e que terá pertencido a Francisco I, rei de França, e depois ao imperador Carlos V. Infelizmente, as albuminas de Laurent reproduzindo obras da pintura e escultura portuguesas são hoje muito raras.
Sousa Viterbo (1843-1910) dizia: “[...] é de urgente e inadiável necessidade, entrar com desassombro na elaboração do inventário dos objectos artísticos disseminados por todo o país[...]”. Lamentavelmente, no que diz respeito à fotografia como obra, a preocupação de Sousa Viterbo mantém-se actual, devendo notar-se que o trabalho de Laurent em Portugal revela-se da maior importância para a inventariação e divulgação qualificada da imagem do património que o próprio fotografou em Portugal. Algumas das fotografias feitas em Portugal foram passadas a gravura e publicadas em muitas revistas portuguesas e internacionais.
A fotografia de obras de arte.
J. Laurent fotografou inúmeras obras de arte do Museu do Prado, da Real Academia de Belas Artes de São Fernando, da Colecção de Lázaro Galdiano e do Museu de Belas Artes de Sevilha. Em Portugal, fotografou obras de ourivesaria, pintura e escultura, em várias instituições. No Palácio Real da Ajuda, fotografou objectos pessoais pertencentes a D. Luís, a D. Fernando e ao Marquez de Souza-Holstein; no então Palácio Real de Belém, fotografou o Coche de Gala do Rei D. João V.
Fotografou pintura e escultura na Academia Real de Belas-Artes de Lisboa e na Academia Real de Lisboa, hoje Academia de Ciências de Lisboa, onde se encontravam as obras do Museu Mainense do extinto Convento Nossa Senhora de Jesus. No catálogo de 1879 estão nomes como os de Josefa Ayalla (Josefa d’Óbidos), F. Vieira de Matos (Vieira Lusitano), Amaro do Vale, Pedro Alexandrino e Domingos António de Sequeira. Fotografou, ainda, a Custódia de Belém e a Cruz de D. Sancho I e, na Biblioteca de Évora, um baixo-relevo em ardósia que representa uma contenda entre judeus e fariseus e o tríptico de Limoges atribuído a Nardon Pénicaud (1470-c.1543), e que terá pertencido a Francisco I, rei de França, e depois ao imperador Carlos V. Infelizmente, as albuminas de Laurent reproduzindo obras da pintura e escultura portuguesas são hoje muito raras.
Sousa Viterbo (1843-1910) dizia: “[...] é de urgente e inadiável necessidade, entrar com desassombro na elaboração do inventário dos objectos artísticos disseminados por todo o país[...]”. Lamentavelmente, no que diz respeito à fotografia como obra, a preocupação de Sousa Viterbo mantém-se actual, devendo notar-se que o trabalho de Laurent em Portugal revela-se da maior importância para a inventariação e divulgação qualificada da imagem do património que o próprio fotografou em Portugal. Algumas das fotografias feitas em Portugal foram passadas a gravura e publicadas em muitas revistas portuguesas e internacionais.
Academia Real de Lisboa.- 221. - Cálice em prata dourada. Final do século XVI. Albumina, prova a partir de negativo em vidro de colódio húmido, ca.1869. Colecção Nuno Borges de Araújo.
Granada. (Alhambra). 1155. Capitel da Sala dos Embaixadores.(detalhe escala de 1m.). Albumina, prova a partir de negativo em vidro de colódio húmido, 1871. Colecção Nuno Borges de Araújo.
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La Cartuja (BURGOS), Tumulo dos Reis D. João e .Isabel de Portugal. Albumina, a partir de negativo em vidro de colódio húmido,cat. Laurent 1879. [carimbo seco de J. Lacoste]Colecção Nuno Borges de Araújo
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La Cartuja. (BURGOS).-1577. Tumulo dos Reis D. João e .Isabel de Portugal. Albumina, a partir de um negativo em colódio húmido, ca. 1865 [carimbo seco de J. Lacoste]. Colecção Manuel Magalhães.
La Cartuja (BURGOS). -390- Estátua de São Bruno do escultor português Manuel Pereira (1588-1683). Carimbo seco de J. Lacoste. Albumina, a partir de negativo em vidro de colódio húmido, cat. Laurent 1879. Colecção Nuno Borges Araújo.
A Justiça. Tapeçaria do Palácio de Madrid.-515. - Les Vices et les Vertus.- "Dieu récompense par la Noblesse éternelle celui dont le principal soin est de rendre un culte pieux à l'Être Suprême". Albumina, a partir de um negativo em colódio húmido, cat. Laurent 1879. Colecção Nuno Borges de Araújo.
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Academia Real de Lisboa. - 733.- Cornelius de Lyon – Retrato de Vasco da Gama. Albumina, prova a partir de negativo em vidro de colódio húmido, ca.1869. Colecção Nuno Borges de Araújo
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J. Laurent (1816-1886)
Jean Bautiste Laurent et Minier nasceu em 1816, em Garchizy, uma aldeia francesa no departamento de Nièvre. Filho de Jean Laurent (1731-1818) e de Cláudia Minier, de quem se desconhece a idade, sabendo-se apenas que era bastante mais jovem do que o marido.
A partir de 1843, estabelece-se em Madrid exercendo, até 1855, a profissão de cartonador, fabricante de papéis e caixas de luxo para guloseimas e outros usos. Especializa-se também como fabricante de papéis para encadernações.
Em 1856, abre um estúdio fotográfico na Rua de São Jerónimo, n.º 39, em Madrid, onde retrata personalidades de Espanha. Em 1857 começa a fotografar, em grande formato e estereoscopia, sobretudo vistas e panorâmicas de Madrid. A Companhia de Caminhos-de-ferro de Espanha (MZA) oferece à Rainha Isabel II de Espanha um álbum com fotografias que, em 1858, J. Laurent fez da construção do troço ferroviário Madrid / Alicante. Posteriormente, fotografou a construção de outras ferrovias, tais como: Madrid / Zaragoza, Tudela / Bilbao e Medina del Campo / Zamora. Foram os caminhos-de-ferro que permitiram a J. Laurent deslocar-se por toda a Península Ibérica com o seu equipamento: câmaras, tripés, placas em vidro, químicos, etc., e, ainda o seu carro laboratório, necessário para a sensibilização e revelação dos negativos em colódio húmido.
Foi, desde 1859, sócio da Sociedade Francesa de fotografia e em 1861 passa a designar-se como Fotógrafo de S. M. la Reina; no mesmo ano edita o seu “Catálogo de los retratos que se vendem en casa de J. Laurent”. Publica novos catálogos em 1863 e em 1866, neste ano com a edição em francês e tradução em alemão e inglês; também assim procede em 1867, 1868 e em 1872 e 1879, nestes dois últimos com fotografias feitas em Portugal.
Inventou (ou aperfeiçoou) o Papel Leptográfico, com José Martínez Sánchez (1808-1874), cuja patente registaram em 1866.
Em 1867, está presente na Exposição Universal de Paris, onde expõe fotografias das obras públicas de Espanha, uma encomenda de Lúcio del Valle, que Laurent executou com o seu sócio José Martínez Sánchez entre 1865 e 1867.
Tudo indica que os anos de 1869/70 sejam os da sua passagem por Portugal.
Em 1881 recebe a distinção honorífica de Cavaleiro da Ordem de Carlos III e entrega a exploração do seu estabelecimento fotográfico à sua enteada Melina Dosch e ao seu marido Alfonso Roswag.
Jean Laurent faleceu a 24 de Novembro de 1886. A lápide do seu túmulo, recentemente encontrada no cemitério da Almudena, em Madrid, veio esclarecer muitas das dúvidas que até então envolviam a vida do fotógrafo e a história da sua casa fotográfica. Depois da sua morte, Melina Dosch e Alfonso Roswag dão, com grande dificuldade, continuidade ao arquivo. Após a morte de Roswag em 1900, José Lacoste adquiriu o arquivo Laurent que em 1916 já era propriedade de Juana Roig. Posteriormente, passa para a família Ruiz Vernacci a quem o estado espanhol adquire todo o espólio em 1975.
J. Laurent (1816-1886)
Jean Bautiste Laurent et Minier nasceu em 1816, em Garchizy, uma aldeia francesa no departamento de Nièvre. Filho de Jean Laurent (1731-1818) e de Cláudia Minier, de quem se desconhece a idade, sabendo-se apenas que era bastante mais jovem do que o marido.
A partir de 1843, estabelece-se em Madrid exercendo, até 1855, a profissão de cartonador, fabricante de papéis e caixas de luxo para guloseimas e outros usos. Especializa-se também como fabricante de papéis para encadernações.
Em 1856, abre um estúdio fotográfico na Rua de São Jerónimo, n.º 39, em Madrid, onde retrata personalidades de Espanha. Em 1857 começa a fotografar, em grande formato e estereoscopia, sobretudo vistas e panorâmicas de Madrid. A Companhia de Caminhos-de-ferro de Espanha (MZA) oferece à Rainha Isabel II de Espanha um álbum com fotografias que, em 1858, J. Laurent fez da construção do troço ferroviário Madrid / Alicante. Posteriormente, fotografou a construção de outras ferrovias, tais como: Madrid / Zaragoza, Tudela / Bilbao e Medina del Campo / Zamora. Foram os caminhos-de-ferro que permitiram a J. Laurent deslocar-se por toda a Península Ibérica com o seu equipamento: câmaras, tripés, placas em vidro, químicos, etc., e, ainda o seu carro laboratório, necessário para a sensibilização e revelação dos negativos em colódio húmido.
Foi, desde 1859, sócio da Sociedade Francesa de fotografia e em 1861 passa a designar-se como Fotógrafo de S. M. la Reina; no mesmo ano edita o seu “Catálogo de los retratos que se vendem en casa de J. Laurent”. Publica novos catálogos em 1863 e em 1866, neste ano com a edição em francês e tradução em alemão e inglês; também assim procede em 1867, 1868 e em 1872 e 1879, nestes dois últimos com fotografias feitas em Portugal.
Inventou (ou aperfeiçoou) o Papel Leptográfico, com José Martínez Sánchez (1808-1874), cuja patente registaram em 1866.
Em 1867, está presente na Exposição Universal de Paris, onde expõe fotografias das obras públicas de Espanha, uma encomenda de Lúcio del Valle, que Laurent executou com o seu sócio José Martínez Sánchez entre 1865 e 1867.
Tudo indica que os anos de 1869/70 sejam os da sua passagem por Portugal.
Em 1881 recebe a distinção honorífica de Cavaleiro da Ordem de Carlos III e entrega a exploração do seu estabelecimento fotográfico à sua enteada Melina Dosch e ao seu marido Alfonso Roswag.
Jean Laurent faleceu a 24 de Novembro de 1886. A lápide do seu túmulo, recentemente encontrada no cemitério da Almudena, em Madrid, veio esclarecer muitas das dúvidas que até então envolviam a vida do fotógrafo e a história da sua casa fotográfica. Depois da sua morte, Melina Dosch e Alfonso Roswag dão, com grande dificuldade, continuidade ao arquivo. Após a morte de Roswag em 1900, José Lacoste adquiriu o arquivo Laurent que em 1916 já era propriedade de Juana Roig. Posteriormente, passa para a família Ruiz Vernacci a quem o estado espanhol adquire todo o espólio em 1975.
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Toledo. (Espanha),- 1.- Entrada de Toledo pela ponte de Alcantara. Albumina a partir de negativo em vidro de colódio húmido. Colecção Nuno Borges de Araújo.
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Madrid (Espanha). -.938.- Edificio do Congresso dos Deputados. Albumina a partir de negativo em vidro de colódio húmido, cat. Laurent 1879. Colecção João José Edward P. Clode.
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Palencia. (Espanha),- 2010.- Vista tirada a partir do Santo Cristo de Oteros. Albumina a partir de negativo em vidro de colódio húmido. Colecção Nuno Borges de Araújo.
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Madrid.-1032.- Jardim da fonte castelhana. Albumina a partir de negativo em vidro de colódio húmido, cat. Laurent 1879. Colecção António Barreto.
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Ex-Cadeia da Relação do Porto
Campo dos Martires da Pátria, Porto.
Terça a Sexta das 10h00 às 12h30 e das 15h00 às 18h00
Sábados, Domingos e feriados das 15h00 às 18h00