quarta-feira, maio 19, 2010

Exposição de Manel Armengol.





EXPOSIÇÃO “TERRAE” DE MANEL ARMENGOL

A Galeria Pente 10 - Fotografia Contemporânea inaugura a 18 de Maio a exposição Terrae, de Manel Armengol. Esta exposição reúne um conjunto fotografias realizadas pelo autor na Islândia, entre 2003 e 2008. As imagens aqui apresentadas, são paisagens a preto e branco onde os elementos naturais são mostrados na sua dureza crua, e onde tudo o que não é essencial parece que foi retirado. Imagens plenas de força, que nos mostram paisagens sóbrias, surpreendentes e poderosas.


Nesta visão entre o céu e a terra, Armengol mostra paisagens de grandes contrastes, onde rochas vulcânicas e neve, mar e céu, se misturam com a violência calma do preto e branco, acompanhando o tempo lento da matéria mineral. Algumas destas imagens são de grandes formatos (125x150cm) o que lhes confere um impacto ainda maior, perante a força da natureza
aí representada.

No piso inferior da Galeria é ainda apresentada uma selecção de imagens resgatadas das suas viagens pelos Estados Unidos nos anos 70. Estas imagens a cores (feitas a partir de diapositivos e impressas no quase extinto Cibachrome), mostram-nos momentos que documentam o fascínio do autor pela vida urbana de Nova York nos anos 70. Nelas podemos ver em cores vivas e altos contrastes de luz, pormenores de espaços urbanos, misturando arquitectura e rua, carros e cores, pessoas e paisagem. Podemos encontrar ainda algumas das personagens habituais que povoavam o Studio 54 nos anos 70, como sejam Andy Warhol ou Divine.



Manel Armengol (Badalona, Barcelona 1949), vive e trabalha em Barcelona. Estudou jornalismo e fotografia e durante os anos 70 anos dedicou-se à reportagem fotográfica para imprensa, como fotojornalista independente para diversos diários e revistas de Barcelona e Madrid.
As fotografias da repressão policial contra uma manifestação pacífica pela liberdade, em Barcelona (1976), constituíram o primeiro passo de reconhecimento do autor no mundo da fotoreportagem, depois de serem publicadas na imprensa internacional. Durante quatro anos realizou numerosas reportagens políticas e sociais em viagens como correspondente a países do
Oriente e América Central ou Estados Unidos.

Colaborou desde os anos 80 com diversas publicações espanholas e internacionais e deu aulas nas Universidades de Bellaterra e Pompeu Fabra de Barcelona.
No início dos anos oitenta sofre um acidente que o obrigou a uma convalescença longa e a abandonar o fotojornalismo. A partir desse momento muda a temática da sua obra e a forma de abordar a fotografia. No início dos anos 90 recupera o preto e branco e fotografa a natureza em grande formato para a série Elementos. Retorna à natureza com Crónica de Islandia e Herbarium a partir de 2003.

Expõe pela primeira vez em 1980 na Galería Spectrum-Canon, de Barcelona. Desde aí tem exposto regularmente destacando-se nos últimos anos "Retrats d'Herbes" no Instituto Botânico de Barcelona, 2005, “Herbarium" Triangle Gallery, Barcelona, 2008, “Manel Armengol. Transições. 70s em Espanha, China, Estados Unidos”, no Arquivo Municipal de Lisboa/Arquivo Fotográfico e “Terrae”, Galeria Tagomago, Barcelona, 2009.
Editou vários livros dos quais se destacam: El jardín de los Guerreros (Ed. Lunwerg, 1987), Voices of Water e Memories of Winds (Ed. Shiseido Word,Tokyo 2001), Herbarium (Turner Editores, 2007), Terrae (Turner Editores, 2009).
As suas obras estão presentes em várias colecções privadas e públicas de Espanha, Estados Unidos e Japão, entre as quais se destacam a colecção permanente do MNAC (Museu Nacional d’Art de Catalunya) e a Fundació Foto Colectania em Barcelona.
(PRESS RELEASE)




Curadoria:
Filipa Valladares

Exposição co-produzida com:
Galeria Tagomago- Barcelona

19 de Maio até 3 de Julho de 2010
3ª a Sábado, 15H00 às 19H30

PENTE 10 - FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA
Travessa da Fábrica dos Pentes, 10, 1250-025 Lisboa
Tel. 21 386 95 69 Tel. 91 885 15 49
info@pente10.com
www.pente10.com
"Manel Armengol vive e trabalha em Barcelona. Estudou jornalismo e fotografia e durante os anos 70 anos dedicou-se à reportagem fotográfica para imprensa, como fotojornalista independente para diversos diários e revistas de Barcelona e Madrid. As fotografias da repressão policial contra uma manifestação pacífica pela liberdade, em Barcelona (1976), constituíram o primeiro passo de reconhecimento do autor no mundo da foto-reportagem, depois de serem publicadas na imprensa internacional. Durante quatro anos realizou numerosas reportagens políticas e sociais em viagens como correspondente a países do Oriente e América Central ou Estados Unidos. No início dos anos oitenta sofre um grave acidente que o obrigou a uma convalescença longa e a abandonar quase definitivamente, o fotojornalismo. A partir desse momento Armengol assume uma mudança temática na sua obra e na forma de abordar a fotografia. Recupera o preto e branco no início dos anos noventa e fotografa a natureza em grande formato para a série Elementos. Expõe pela primeira vez em 1980 na Galeria Spectrum-Canon, de Barcelona. Desde aí tem exposto regularmente destacando-se nos últimos anos os Retrats d'Herbes no Instituto Botánico de Barcelona, 2005, Herbarium, Triangle Gallery, Barcelona, 2008, MANEL ARMENGOL. TRANSIÇÕES. 70s em Espanha, China, Estados Unidos”, no Arquivo Municipal de Lisboa/Arquivo Fotográfico e Terrae, Galeria Tagomago, Barcelona, 2009. Editou vários livros dos quais se destacam: El jardín de los Guerreros (1976), Voices of Water e Memories of Winds (2001), Herbarium (2007), Terrae (2009).
Está representado em numerosas colecções privadas e públicas de Espanha, Estados Unidos e Japão, entre as quais a colecção permanente do MNAC (Museu Nacional d’Art de Catalunya) e a Fundació Foto Colectania em Barcelona."


domingo, maio 02, 2010

J. Laurent e Portugal - Fotografia do século XIX na Torre do Tombo


J. Laurent Colecção Juan Naranjo

J. Laurent (1816-1886)

Jean Bautiste Laurent et Minier nasceu em 1816, em Garchizy, uma aldeia francesa no departamento de Nièvre. Filho de Jean Laurent (1731-1818) e de Cláudia Minier, de quem se desconhece a idade, sabendo-se apenas que era bastante mais jovem do que o marido. A partir de 1843, estabelece-se em Madrid exercendo, até 1855, a profissão de cartonador, fabricante de papéis e caixas de luxo para guloseimas e outros usos. Especializa-se também como fabricante de papéis para encadernações.
Em 1856, abre um estúdio fotográfico na Rua de São Jerónimo, n.º 39, em Madrid, onde retrata personalidades de Espanha. Em 1857 começa a fotografar, em grande formato e estereoscopia, sobretudo vistas e panorâmicas de Madrid. A Companhia de Caminhos-de-ferro de Espanha (MZA) oferece à Rainha Isabel II de Espanha um álbum com fotografias que, em 1858, J. Laurent fez da construção do troço ferroviário Madrid / Alicante. Posteriormente, fotografou a construção de outras ferrovias, tais como: Madrid / Zaragoza, Tudela / Bilbao e Medina del Campo / Zamora. Foram os caminhos-de-ferro que permitiram a J. Laurent deslocar-se por toda a Península Ibérica com o seu equipamento: câmaras, tripés, placas em vidro, químicos, etc., e, ainda o seu carro laboratório, necessário para a sensibilização e revelação dos negativos em colódio húmido.
Foi, desde 1859, sócio da Sociedade Francesa de fotografia e em 1861 passa a designar-se como Fotógrafo de S. M. la Reina; no mesmo ano edita o seu “Catálogo de los retratos que se vendem en casa de J. Laurent”. Publica novos catálogos em 1863 e em 1866, neste ano com a edição em francês e tradução em alemão e inglês; também assim procede em 1867, 1868 e em 1872 e 1879, nestes dois últimos com fotografias feitas em Portugal.
Inventou (ou aperfeiçoou) o Papel Leptográfico, com José Martínez Sánchez (1808-1874), cuja patente registaram em 1866.
Em 1867, está presente na Exposição Universal de Paris, onde expõe fotografias das obras públicas de Espanha, uma encomenda de Lúcio del Valle, que Laurent executou com o seu sócio José Martínez Sánchez entre 1865 e 1867.
Tudo indica que os anos de 1869/70 sejam os da sua passagem por Portugal.
Em 1881 recebe a distinção honorífica de Cavaleiro da Ordem de Carlos III e entrega a exploração do seu estabelecimento fotográfico à sua enteada Melina Dosch e ao seu marido Alfonso Roswag.
Jean Laurent faleceu a 24 de Novembro de 1886. A lápide do seu túmulo, recentemente encontrada no cemitério da Almudena, em Madrid, veio esclarecer muitas das dúvidas que até então envolviam a vida do fotógrafo e a história da sua casa fotográfica. Depois da sua morte, Melina Dosch e Alfonso Roswag dão, com grande dificuldade, continuidade ao arquivo. Após a morte de Roswag em 1900, José Lacoste adquiriu o arquivo Laurent que em 1916 já era propriedade de Juana Roig. Posteriormente, passa para a família Ruiz Vernacci a quem o estado espanhol adquire todo o espólio em 1975.











J. Laurent e Portugal - Fotografia do século XIX

“J. Laurent e Portugal – Fotografia do século XIX” é uma exposição organizada pela APPh. - Associação Portuguesa de Photographia em parceria com a DGARQ - Direcção Geral de Arquivos/Torre do Tombo, integrando peças que pertencem a coleccionadores privados e a instituições oficiais.
A exposição procura divulgar o pleno dos trabalhos que J. Laurent fez em Portugal e tem como comissários Ângela Camila Castelo-Branco e Alexandre Ramires, sócios fundadores da APPh. e Carlos Teixidor curador dos espólios fotográficos de Laurent depositados no Instituto do Património Cultural de Espanha - IPCE, no arquivo fotográfico Ruiz Vernacci, Madrid.
J. Laurent (1816-1886), nasceu em França e manteve sempre a sua nacionalidade de origem, apesar de ter residido em Madrid durante 43 anos, cidade em que morreu. Jean, ou Juan, assinava J. Laurent.
Em 1856, abriu em Madrid, na Rua de São Jerónimo n.º 39, um estúdio fotográfico. Foi o começo de uma aventura que acabaria no maior levantamento fotográfico da Península Ibérica no século XIX.
As fotografias expostas são, na sua maioria impressas em papel albuminado, feitas a partir de negativos em vidro cujo processo de obtenção foi o colódio húmido.
A exposição apresenta-se uma parte dedicada aos monumentos e paisagens e às vistas estereoscópicas que Laurent efectuou em Portugal. Podemos ver também, os trabalhos que dizem respeito às séries A (pintura) e B (escultura) dedicadas às obras de arte que Laurent fotografou em Portugal e Espanha, em instituições e museus, especialmente na Academia Real de Lisboa, na Academia Real de Belas Artes de Lisboa, no Museu do Prado, em Madrid, ou no Museu de Belas Artes de Sevilha. Uma parte da exposição é dedicada ao retrato onde podemos ver os Reis D. Fernando II e D. Luís, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Afonso, fotografados em Portugal. Podem ser vistas também, fotografias da família real espanhola, bem como de outras figuras da política do país vizinho, como, por exemplo, a fotografia do Governo Provisório, constituído após a revolução de Setembro de 1868 – iniciada em Cádiz pelo General Prim -, além de algumas carte de visite com os membros do Primeiro Governo Provisório. Uma parte da exposição é dedicada a paisagens, vistas urbanas, arquitectura e obras públicas em Espanha e contém elementos biográficos do autor, numa síntese que contém os aspectos mais relevantes da sua obra.


















Máquinas e instrumentos fotográficos. Colecção Antonio Pedro Vicente



J. Laurent Galeria de retratos

No início da sua actividade em 1856, quando J. Laurent abriu o seu estúdio fotográfico na Rua de São Gerónimo, n.º 39, em Madrid, o retrato era a sua principal fonte de receita. No cabeçalho das facturas da Casa Laurent lia-se “J. Laurent / Reproducciones de todas clases y retratos todos los días excepto los festivos / además poseen retratos de la familia Real, así como la colección de los personajes más célebres de España.”.
Em 1861, edita o seu primeiro catálogo: o “Catálogo de los retratos que se venden en casa de J. Laurent” listando 180 títulos de personalidades, a começar pela Rainha Isabel II e seus familiares, e 78 reproduções de quadros do Museu do Prado. No mesmo ano, Laurent já ostentava nas suas fotografias as armas da família real espanhola e a legenda “Fotógrafo de S. M. la Reina”.
Quando Isabel II foi destronada em 1868, Laurent apaga do seu carro-laboratório todas as referências à monarquia e rasura em todos os cartões a designação de fotógrafo de S. M. a Rainha de Espanha. Fotografa, então, o Primeiro Governo Provisório e, individualmente, muitos dos seus membros.
No ano seguinte, Laurent viaja para Portugal, onde fotografa a família real de Bragança, os Reis D. Fernando II e D. Luís I, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Afonso.
Em 1866, J. Laurent e José Mártinez Sánchez (1808-1874) inventaram, ou mais provavelmente aperfeiçoaram, o processo de impressão em papel designado por leptográfico e constituíram a Leptografía Laurent. No mesmo ano patentearam o processo e divulgaram-no em França no Bulletin de la Société Française de Photographie. Nesse país foi constituída a Société Leptographique que produziu e comercializou este papel na Europa. O papel leptográfico era mais sensível que o papel albuminado e permitia a obtenção de brancos mais puros. Ao contrário do papel albuminado, este era comercializado já sensibilizado embora substancialmente mais caro.
O retrato foi a primeira actividade do fotógrafo e aquela que se nos revela menos conhecida.
Destaca-se nesta exposição um retrato do toureiro José Gordón, El Gordito, ca. 1865-68, em formato carte de visite: uma imagem fotográfica colorida a óleo, tirada em estúdio, apenas com um tapete, um fundo liso e uma cabeça de touro embalsamada, para lhe conferir realismo e, também, uma reprodução em tamanho natural (160x130 cm), da fotografia do Príncipe D. Carlos e do seu irmão o Infante D. Afonso, assinada J. Laurent, cujo original - que se deseja venha a ser restaurado - faz parte do acervo fotográfico do Palácio Nacional da Ajuda.


D. Fernando, 1869. Colecção Manuel Magalhães


D. Luis, 1869. Colecção João Clode


O Princípe D. Carlos e o Infante D. Afonso, 1869. Reprodução em tamanho real (160x130 cm.), da fotografia em papel leptográfico, assinada por Laurent quando esteve em Lisboa e cujo original se encontra no Museu do Palácio Nacional da Ajuda. Inv. F64334.




D. Fernando Carte de visit. Colecção Arquivo Fotográfico de Lisboa




Primeiro Governo Provisório espanhol, 1868. Colecção Centro Portugues de Fotografia.








Casa Pia actual Mosteiro dos Jerónimos. Colecçaõ Alexandre Ramires



J. Laurent Vistas e monumentos

O número das fotografias de paisagens e monumentos que Laurent fez de Portugal situa-se entre a Basílica da Estrela n.º 800 e a Torre do Aqueduto de Évora n.º 885 da série “C”. As obras de arte de pintura e escultura têm outra numeração dentro de outras séries: “A” para a pintura, “B” para a escultura e uma série “S” reservada às estereoscopias. Segundo Carlos Teixidor, Laurent terá feito cerca de 450 negativos em Portugal, correspondentes a cerca de 200 títulos diferentes.
Encontram-se actualmente em depósito em Madrid no Instituto do Património Cultural de Espanha, no arquivo fotográfico Ruiz Vernacci, 230 negativos de vidro em colódio sobre Portugal: 12 no excepcional formato panorâmico de 27x60 centímetros cada parte, 143 no formato 27x36 cm e as 75 placas restantes estereoscópicas em 13x18 centímetros.
As vistas e monumentos que Laurent fez em Portugal devem ser apreciados tendo em atenção a rede ferroviária dos caminhos-de-ferro então existente no nosso território, iniciada que foi em 1856 com o troço entre Lisboa e o Carregado. Dava, pois, os primeiros passos, quando em 1869 J. Laurent fotografou Portugal. O fotógrafo deslocava-se de comboio devido à quantidade de material necessário para a obtenção dos negativos em vidro de colódio húmido que tinham de ser sensibilizados e revelados no local onde se fotografava.
Laurent fotografou em Setúbal, cidade a que se chegava pela linha do Sado, aberta em 1861, num troço a partir do Pinhal Novo. Fotografou em Évora onde as locomotivas chegaram em 1863 pela linha do Sul, fazendo a ligação à fronteira espanhola pela Linha de Leste, no mesmo ano em que a rede ferroviária chegou a Badajoz e aguardava ligação a Madrid.
Em 1867, o governo autoriza a construção da linha do Douro, que só ficará concluída em 1887; em 1875, circulará o primeiro comboio a norte do Douro, enquanto a ligação ferroviária entre Lisboa e o Porto só foi possível em 1877, depois da construção da Ponte D. Maria Pia. De facto, em algumas localidades, não terá sido possível a J. Laurent chegar através da ferrovia; assim acontecia em Braga onde o comboio ainda não tinha chegado em 1869 ou em Sintra onde só chega em 1873. Mas tal não foi impedimento para que o fotógrafo se deslocasse a Braga e a Guimarães, nem tão pouco a Sintra e aos Palácios da Pena e de Monserrate, no alto da serra.
Segundo Carlos Teixidor, Évora pode ter sido a última cidade portuguesa a ser fotografada por Laurent; se tivermos em conta a numeração nos seus catálogos, verificamos que, imediatamente a seguir ao n.º 885, o Aqueduto de Évora, temos o n.º 886 que já corresponde à cidade de Cáceres.




Alcobaça, 1869 Colecção António Barreto




Panoramica do Porto, 1869. Colecção Manuel Magalhães




Estereoscopia da Torre de Belém onde se pode ver o carro laboratório de J- Laurent.






Igreja da Estrela gravura segundo uma fotografia de J. Laurent





J. Laurent A fotografia de obras de arte.

J. Laurent fotografou inúmeras obras de arte: detalhes de arquitectura, mobiliário, escultura, armaria, ourivesaria, tapeçaria e pintura, no Museu do Prado, na Real Academia de Belas Artes de São Fernando, na Armería de Madrid, na Colecção de Lázaro Galdiano e no Museu de Belas Artes de Sevilha. Em Portugal, fotografou obras de ourivesaria, pintura e escultura, existentes em várias instituições e colecções particulares. No Palácio Real da Ajuda, fotografou objectos pessoais pertencentes a D. Luís, a D. Fernando e ao Marquês de Souza-Holstein; no então Palácio Real de Belém, fotografou o Coche de Gala do Rei D. João V.
Fotografou pintura e escultura na Academia Real de Belas-Artes de Lisboa e na Academia Real de Lisboa, hoje Academia de Ciências de Lisboa, onde se encontravam as obras do Museu Mainense do extinto Convento Nossa Senhora de Jesus. No catálogo de 1879 são referenciados trabalhos de artistas de grande importância como: Josefa Ayalla (Josefa d’Óbidos), F. Vieira de Matos (Vieira Lusitano), Amaro do Vale, Pedro Alexandrino e Domingos António de Sequeira. Fotografou, ainda, a Custódia de Belém e a Cruz de D. Sancho I e, na Biblioteca de Évora, um baixo-relevo em ardósia que representa uma contenda entre judeus e fariseus e o tríptico de Limoges atribuído a Nardon Pénicaud (1470-c.1543), e que terá pertencido a Francisco I, rei de França, e depois ao imperador Carlos V. Infelizmente, as albuminas de Laurent reproduzindo obras da pintura e escultura portuguesas são hoje muito raras.
Sousa Viterbo (1843-1910) dizia: “[...] é de urgente e inadiável necessidade, entrar com desassombro na elaboração do inventário dos objectos artísticos disseminados por todo o país[...]”. Lamentavelmente, no que diz respeito à fotografia como obra, a preocupação de Sousa Viterbo mantém-se actual, devendo notar-se que o trabalho de Laurent em Portugal revela-se da maior importância para a inventariação e divulgação qualificada da imagem do património que o próprio fotografou em Portugal. Algumas das fotografias feitas em Portugal foram passadas a gravura e publicadas em muitas revistas portuguesas e internacionais.




J. Laurent (Paris / Madrid) - Oeuvres d'Art. 221 [carimbo de tinta no v.º]. Calice em vermeil ) fin du XVI (à l[']academie royale de lisbonne [escrito a lápis no verso]. [Cat. Laurent, 1879, p. 184]. Colecção Nuno Borges de Araujo






J. Laurent (Madrid) - TERUEL.- 437.-Cabeza del antipapa, conocido por Benedicto XIII. Colecção Nuno Borges de Araujo


J. Laurent y C.ia (Madrid. / Es propriedad. Déposé) - LA CARTUJA. (BURGOS).-390.- Statue de Saint Bruno. [tem o carimbo seco de J. Lacoste (Madrid)] [Cat. Laurent, 1879, p. 4] Colecção Nuno Borges de Araujo






J. Laurent y C.ia (Madrid. / Es propriedad. Déposé.) - PALENCIA.-2010.-Vista general tomada desde el Santo Cristo de Oteros. Colecção Nuno Borges de Araujo.




J. Laurent (Madrid) - TOLEDO.-1.-Entrada de Toledo por el puente de Alcántara. [Cat. Laurent, 1879, p. 119]. Colecção Nuno Borges de Araujo





Informações Contactos Horários

Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Alameda da Universidade
1649-010 Lisboa
Portugal

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Fax: +351 21 793 72 30

Internet: http://antt.dgarq.gov.pt

2ª a 6ª das 10h00 às 19h15
Sábados das 10h00 às 12h30
Encerra ao Domingo


Agradecimentos a José António Silva/Torre do Tombo
pelas fotografias da inauguração da exposição.