terça-feira, dezembro 19, 2006

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PACÍFICO INÉDITO 1862-1866
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.Pacífico Inédito integra quase uma centena de fotografias, instrumentos científicos, insectos dissecados, documentos, litografias de animais e publicações da época e actuais. Da expedição podemos ver nesta exposição fotografias do porto de Cádis, em Espanha, inicio da aventura; Brasil, Rio de Janeiro, Baía e Pernambuco; Montevideu na República do Uruguai; Chile; Lima no Peru; Guaiaquil no Equador; Panamá (que fazia então parte da Grande Colômbia) e São Francisco da Califórnia donde se destacam uma série de retratos de imigrantes chineses a viver nesta cidade já então cosmopolita.



Expedicionários: Francisco de Paula Marínez, Juan Isern, Fernando Amor e Manuel Almargo





Em meados do sec. XIX realizou-se a chamada “Expedição ao Pacífico”, última das grandes expedições enviadas por Espanha à América. Embora alguns dos políticos que entreviram mais activamente na sua organização, e inclusivamente a Rainha Isabel II, terem considerado que a nova empresa iria ser continuadora das grandes expedições ilustradas do século XVIII, esta iria estar marcada pelo seu século, pelo que aparece perante nós como expedição essencialmente romântica e nacionalista.







Rafael Castro e Ordóñez, fotógrafo da expedição (?- 1865)

http://cvc.cervantes.es/ACTCULT/fotografia/miradas/castro.htm

Pintor educado na Real Academia das Belas Artes de San Fernando de Madrid, foi nomeado desenhador e fotógrafo da expedição. A sua actividade na área da fotografia, na qual se tinha formado com Charles Clifford – um dos fotógrafos da Rainha e introdutor em Espanha de técnicas avançadas – foi intensa e muito importante, embora fosse truncada pela sua morte voluntária em 1865.
A sua câmara retratou uma mostra dos locais pelos quais passaram no seu percurso pelo continente americano.
No Arquivo do Museu Nacional de Ciências Naturais conservaram-se a documentação científica e administrativa da expedição, bem como uma colecção de fotografias montadas em cartão; as placas originais consideraram-se perdidas para sempre.
No entanto, em 1984, em diversos laboratórios do Museu encontraram-se umas placas de vidro; uma vez estudadas, comprovou-se que pertenciam aos negativos das fotografias, realizadas entre 1862 e 1865, da Comissão Científica do Pacífico, algumas delas assinadas por Castro. No ano de 1986 apareceram mais, embora em péssimo estado de conservação. Empreendeu-se o trabalho de restauro.






Fotografia de Guayaquil no Equador antes e depois do trabalho de restauro
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BRASIL
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Pão de Açucar, Rio de Janeiro
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Passeio público, Pernambuco

“...ao amanhecer do dia 6 de Outubro vimos o cimo da cordilheira de Órganos, verde como esmeraldas e de graciosa ondulação; pouco depois apercebíamo-nos do Gigante que indica a entrada do Rio de Janeiro, e ao meio-dia fundeámos na sua opulenta baía, que tinha nas suas águas uma quantidade enorme de navios de todo o tipo, mercantes e de guerra. Esta baía é vastíssima e reúne todas as condições de um magnífico porto; as suas margens estão cheias de barcos a vapor bonitos e cómodos e servem de transporte para as pessoas se deslocarem entre as duas margens. Rio de Janeiro é a capital do império, e por isso a residência do Imperador, e das Câmaras do Governo Central, etc., etc. A sua população ultrapassa 500 mil almas, composta de brancos, mulatos e negros...”

(Almargo, M., Breve descrição...,pp. 13-14)


Tipos da Baía


A exposição pode (e deve) ser vista no na Centro Português de Fotografia Cadeia da Relação no Porto até 29 de Dezembro de 2006.
Horário: Terça a Sexta das 15h00 às 18h00 Sábados. Domingos e Feriados das 15h00 às 19h00

-Informação tirada do catálogo da exposição e de um folheto do Instituto Cervantes-

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