domingo, janeiro 28, 2007




La Photographie un bien Public?
e Um dia a falar de Imagens Médicas


...


Ecografia 4D Patricia


.UM DIA A FALAR DE IMAGENS MÉDICAS


Um Dia a Falar de Imagens Médicas dias 16 e 17 de Fevereiro 2007, sexta (início às 18h30) e sábado (encerramento às 18h). No Instituto Franco-Português, Avenida Luís Bivar, 91 Lisboa Metro: Saldanha e Picoas. Um dia a reflectir sobre o mundo das imagens médicas e sobre as relações que a medicina, os médicos e os cidadãos com elas estabelecem. Com Carla Rodrigues Cardoso, Dominique Chastres, Eduardo Cintra Torres, Eduardo Prado Coelho, Graça Castanheira, João Lobo Antunes, José Bragança de Miranda, José Manuel Reis Santos, Laure Bourdarot, Manuel Valente Alves, Margarida Pereira, Maria do Carmo Seren, Mário Ferreira, Marise Francisco, Monique Sicard, Mário Andrea, Paulo Filipe Monteiro e Regina Marques. Organização de José Carlos Abrantes em colaboração com o Serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria, Instituto Franco-Portugais e Edições 70. Inscrição: Até 10 de Fevereiro 40 euros. Depois de 10 de Fevereiro 70 euros. Estudantes: 15 euros (nº limitado de inscrições). Inscrições e-mail josecarlos.abrantes@gmail.com telefone 936 346 853


.

.
Dos Raios X ao IDL


.
LA PHOTOGRAPHIE: UN BIEN PUBLIC?

.
Seminário no CCB La photographie: un bien public? 16 Fevereiro, 10h-13h e 14h30-17h30 (6 horas). Sala Polivalente do Centro de Exposições. Inscrições: de 8 a 26 Janeiro 2007. Vagas: 30 Preço: € 60. Critério de selecção: Ordem de chegada. Certificado de presença emitido pelo Ministério da Cultura/Centro Cultural de Belém. Esta última acção é desenvolvida em colaboração com a Universidade Nova de Lisboa - Departamento de Comunicação e com o Professor José Carlos Abrantes. Informações/inscrições: através dos telefones 21 361 28 00/ 21 361 28 67 ou do e-mail servico.educativo@ccb.pt.


La Mission Héliographique de 1851


.
Bagneux. Dolmen dit la Grande Allée couverte
.
.
.
Chenonceaux, château vue d'ensemble
.
.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

.
.
.

Évora Desaparecida
Fotografia e Património 1839-1919
.
"Évora Desaparecida - Fotografia e Património 1839-1919", exposição inserida nas Comemorações dos 20 anos da classificação de Évora como Património da Humanidade e que ainda pode ser visitada até 28 de Fevereiro de 2007 no Convento dos Remédios em Évora.
No dia 27 de Jan. de 2007, Peddy-paper "Évora Desaparecida" organizado pelo Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Évora, em colaboração com a Rádio Telefonia do Alentejo. A recepção aos concorrentes decorrerá a partir das 10.00 horas no Salão Nobre da Câmara Municipal de Évora, na Praça do Sertório. A prova tem a duração de duas horas (11.00 às 13.00). O Peddy-paper consiste num percurso pedestre pela cidade, com o objectivo de conhecer algum do património desaparecido, através da resuloção de provas e enigmas, procurando divulgar, simultaneamente, a Exposição "Évora Desaparecida - Fotografia e Património 1839-1919".
No dia 3 de Fev. de 2007, 15.00 horas - Conferência e visita orientada por Carlos Teixidor Cadenas, conservador da Colecção J. Laurent, do Instituto do Património Histórico Espanhol.
.
.
.

“Terrain Vague”
na Madeira


No centro de Artes e Congressos “Casa das Mudas”, na Calheta estão em exposição desde 1 de Janeiro de 2007 fotografias de Paulo Catrica. Segundo palavras do fotógrafo à “Revista Olhar” do Jornal da Madeira on line, “- Esta exposição é uma espécie de “ponto da situação” do meu trabalho até hoje. Ou seja, é uma exposição que reúne trabalhos de encomenda que eu fiz em países diferentes, de cinco ou seis séries diferentes já apresentadas em outras situações. É que, como trabalho sobre este registo de paisagem há cerca de dez anos, trabalho, muitas vezes, com encomendas directas e faço séries sobre um sítio específico como aquele que fiz aqui na Madeira, em 2002, sobre a sua paisagem contemporânea. De certa forma, os trabalhos que tenho nesta mostra são fotografias de cinco ou seis séries diferentes. De Lisboa, Porto, Finlândia, Holanda, Inglaterra e Madeira.”.



S. Alhandra vs Sanjoanense, campo da Hortinha, Alhandra. 19.10.2003.
Fotografia de Paulo Catrica




Estádio Municipal de Braga. Fotografia de Paulo Catrica


*Estes trabalhos não estão na Exposição da Casa das Mudas


sexta-feira, janeiro 19, 2007

.
“Bons Ventos” de Castela – La Mancha
Rasto ou Memória do Olhar
.

.

......A “La huella de la mirada. Fotografia y Sociedad en Castilla-La Mancha, 1839-1936” é uma exposição que pode ser vista no Instituto Cervantes Lisboa , só até ao próximo dia 26 de Jan. 2007.
......A exposição é comissariada pelo prestigiado historiador espanhol Publio López Mondéjar (Casasimarro, 1946), responsável pela selecção das fotografias em arquivos públicos e privados e em muitos espólios de descendentes de fotógrafos de Castela – La Mancha.
O resultado desta selecção foi bastante mais vasto do que aquele que vamos poder ver no Instituto Cervantes em Lisboa. Aí podemos apreciar 83 reproduções das espécies recolhidas por López Mondéjar. Quem pretender mais pode comprar o belíssimo catálogo por 28€ e vai muito bem servido.
..........Podemos começar a exposição pela fotografia de Martínez Palacios os “Madeireiros no rio Tejo” que vieram desaguar em Lisboa, com a ajuda do Instituto Cervantes. Como podemos ler no catálogo “A colecção reúne obras dos melhores fotógrafos da região, desde os representantes mais conhecidos da fotografia popular, como Casiano Aguacil, Luis Escobar, Luciano Armero, Ricardo Sánchez, Nicanor Cañas e Julián Colado; os retratistas de grande prestigio, como Jaime Belda, Vicente Rubio, Lucas Frail, Ruiz de Luna, José Reyes, Juan José Muñoz, Higio Rós e Eugénio Rodríguez; aficionados tão importantes como José Ortiz-Echagüe, Tomás Camarillo, Martínez Palacios ou Gregorio Prieto; ambulantes lendários, como Ricardo Sánchez, Serafín Cencerrado, Jesús Enero, Benito Pons ou Manuel Soler; até aos grandes viajantes estrangeiros, como Ch. Clifford, J. Laurent, Edward-King Tenison, Levy, Loty ou Roisin.”. E despedimo-nos da rua de Santa Marta, das “Tentações de Santo António”(1930), fotomontagem do pintor Gregorio Prieto Muñoz (1897- 1992); Casa Museu Gregorio Prieto Valdepeñas. Vão ver que não dói nada.
..........Deixo ainda esta informação importante da procedência desta colecção, "...mais de 50 museus e arquivos públicos e privados, na região de Castilla – La Mancha, mas também do resto do país e do mundo, como o Centro Regional de Fotografia de Cuenca, os Arquivos Municipais de Toledo e Albacete, os arquivos fotográficos das Assembleias Legislativas das províncias de Toledo e Guadalajara, o arquivo da província de Toledo, o Património Nacional, a Biblioteca Nacional de Madrid, o Arquivo Geral da Administração, o Arquivo da Comunidade de Madrid, a Biblioteca Nacional de París, a Hispanic Society de New York, o Victoria and Albert Museum de Londres, o Instituo de Estudos Fotográficos da Catalunha e o Centro de Estudos de Castilla-La Mancha. Especialmente importante, foi a disponibilidade e participação de dezenas de coleccionadores particulares, sobretudo os descendentes dos fotógrafos.". Impressionante o trabalho de nuestros hermanos.
.
.


....................
.
.
Legendas: De Martínez Palacios, Madeireiros no rio Tejo perto de Peralejo de la Truchas c. 1885 (Arquivo Monasor). As Tentações de Santo António fotomontagem do pintor Gregorio Prieto 1930 (Casa Museu Gregorio Prieto, Valdepeñas) e Cassiano Alguacil, o primeiro grande fotografo de Castilla-La Mancha. Retratado por Eugénio Rodríguez 1910 (Espólio Rodrígues. Arquivo de Toledo).

.

La huella de la mirada Fotografia y Sociedad en Castilla - La Mancha 1839-1936

.

.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

.
.

Agora em Lisboa

Museu Nacional de História Natural, Lisboa

Sala da Baleia - de 19 de Janeiro a 29 de Março de 2007

Muse.

sábado, janeiro 13, 2007

.

.
Publicidade ao estúdio de Jeremiah Gurney impressa em tecido. O brinde para retratos não tem a indicação do n.º de retratos, pois que o n.º 100 e 89 ou seja, 189 da Browdoay corresponde ao n.º da porta do estúdio de Gurney registado no Anuário de New York City entre 1843 e1853.
.
.
O Insley de Cabeceiras de Basto
De entre as serranias da Cabreira e do Marão até New York City
.

..........Já escrevi no Grand Monde da Imagem e da Fotografia em Portugal sobre a história da fotografia do séc. XIX no Zanzibar e Tânganica actual Tanzânia, cujos fotógrafos oriundos de Goa, na então Índia Portuguesa, tiveram um papel predominante. Escrevi também sobre os Nunes Carvalho os daguerreotipistas, o Salomão e o seu pai David Nunes Carvalho, que na América do Norte foram pioneiros, primeiro em Baltimore e depois no Far West, o lendário Oeste Selvagem e mais tarde em Filadélfia.
Em falarei sobre Moçambique, sobre a África Oriental Portuguesa de Louis Hilly, de Thomas Lee e dos Lazarus, os irmãos de origem judia, que em 1899 se instalaram na rua Araújo (actual rua de Bagamoyo) em Lourenço Marques, hoje Maputo e tendo-se posteriormente transferido para o edifício da “Avenida Building”, depois de terem aberto casa na Beira e na República do Transval. Acabariam proprietários da Photographia Ingleza, a fazer retratos no n.º 59 da rua Ivens em Lisboa.
..........Escrevi, e vou continuar a escrever sobre os Cunha Moraes, os famosos, que depois da morte de Abílio da Cunha Moraes (1825-1871), desterrado em Luanda por falsificação de moeda, logo a viúva e de seguida os filhos lhe seguiram os passos nas artes do retrato. Acabariam em Crestuma – Vila Nova de Gaia, na fábrica de fiação A. C. C. Moraes, debruçada sobre o Douro nas franjas da Quinta da Estrela que lhes pertenceu até 1984. Republicanos e Maçónicos, políticos, filantrópicos e corajosos, veja-se o Ângelo Moraes, um dos filhos de Joaquim Júlio da Cunha Moraes, que fez figura na oposição à ditadura de Sidónio País na revolta de 12 de Outubro de 1918 acabando com os costados no Aljube. Entre os que me lêem, estou a pensar em alguns que sabem bem quanto é necessário em coragem e convicções para se lutar contra ditaduras, ou tão simplesmente pelas próprias ideias. Ainda está por escrever a história dos Cunha Moraes, com tudo o que ela tem de mistério, de empenhamento e sacrifício à maneira do norte, à maneira dos romances de Camilo, o da bengalada, o da “Bruxa de Monte Córdova” e “Noites de Lamego”. Este aparte justifica-se por mais adiante ir falar das terras dos Bástulas.
..........Nem de propósito, hoje vou falar sobre fotografia no Brasil, vou falar sobre o Pacheco, por agora, porque quero ainda escrever-vos outras histórias de fotografia e de fotógrafos luso-brasileiros. O fotógrafo Chrestiano Júnior, tão em voga nos dias de hoje. O industrial José Francisco Correia, Visconde de Sande e Conde de Agrolongo (1853-1929), o das vistas estereoscópicas com os respectivos aparelhos, brindes da Fábrica de Fumos Veado que lhe trouxe fortuna em Niterói, no Brasil. O fotógrafo Júlio Siza, de Belém do Pará, avô do arquitecto português e da Tereza Siza do CPF – Centro Português de Fotografia. Isto para vos dizer, que me tenho questionado se podemos falar de uma diáspora portuguesa da fotografia? Estou cada vez mais convencida que sim.
..........Mas hoje, como já disse, vou escrever sobre o Pacheco, o Insley, o próprio, esse mesmo! Joaquim José Pacheco nasceu em Cabeceiras de Basto no ano de 1830, entre as serranias da Cabreira e do Marão, nas margens do Tâmega. Pouco se sabe das suas origens, é possível que tenha sido mais um a engrossar o rol de emigrantes que procurou fortuna nas Américas, para fugir à fome, à miséria e à má sorte. A Enciclopédia Itaú Cultural diz-nos que Pacheco no fim da década de 1840, aprende a fazer daguerreótipos em Fortaleza, onde começa a trabalhar como retratista com o fotógrafo e pintor irlandês Frederick Walter, responsável pela introdução do invento de Daguerre no Ceará. A confirmar-se, seria muito jovem o português quando se iniciou nos ofícios da fotografia. Ainda segundo a mesma enciclopédia, Pacheco viaja para Nova Iorque, onde resta, provavelmente, entre 1849 e 1851, ou seja, entre os seus 19 a 21 anos. Aí foi aprendiz de Mathew B. Brady
(1823-1896), o famoso fotógrafo americano que registou a guerra da secessão entre 1861 e 28 de Junho de 1865. O mesmo que reproduziu as cópias dos daguerreótipos da expedição Fremont e Salomão Nunes Carvalho ao Far West, expedição de que já vos falei aqui no Grand Monde. Em Nova Iorque Joaquim José Pacheco foi ainda assistente dos daguerreotipistas Jeremiah Gurney (1812-1886) e de Henry E. Insley (1811-1894), o que eventualmente, lhe teria sugestionado a utilização do nome por que viria a ser conhecido, o de Joaquim Insley Pacheco. E assim sendo, temos aqui alguns desacertos de datas pois que no Registo Daguerreian de Craig (Pesquisa sobre os fotógrafos americanos entre 1839-1860), John S. Craig actualização de 2003, ficamos a saber que Joaquim Pacheco trabalha esporadicamente para Jeremiah Gurney ainda no ano de 1853. O curioso é que também o daguerreotipista Salomão Nunes de Carvalho terá trabalhado para Gurney em 1853, o que só podia ter acontecido antes de 22 de Agosto de 1853 posto esta ser a data em que Salomão é convidado por Fremont para a expedição ao Far West. Seria muito interessante sabermos se os dois fotógrafos, Pacheco e Nunes Carvalho, se teriam conhecido. No mesmo registo de Craig, ficamos a saber que Joaquim Pacheco trabalhou também para Henry E. Insley. O fotógrafo americano, de quem Pacheco se apropriou do nome, é o primeiro registado na lista de daguerreotipistas em Nova Iorque, onde abre estúdio. Numa notícia aquando da sua morte, podemos ler que o fotógrafo em 1840 teve estúdio no cruzamento entre a Broadway e a Fulton Street numa sociedade com os irmãos Prosch.


..............
O estúdio de Mathew Brady em N. Y. ca. 1843 ................ Interior do estúdio de Gurney em N. Y. ca. 1843
.


..........De regresso ao Brasil por volta de 1854, Joaquim Insley Pacheco monta estúdio no Rio de Janeiro no n.º 102 da rua Ouvidou. Começa a fazer ambrótipos, processo mais económico do que o daguerreótipo, tornando-se um retratista famoso e especializando-se no retrato pintado (foto-pintura). Entre os fotógrafos ao serviço da Família Imperial estavam os melhores nomes desta arte e ofício no Brasil: O francês Marc Ferrez (1843-1923), o alemão Revert Henrique Klumb (183?-1886) e o português Joaquim Insley Pacheco. Pacheco fez quase todos os processos fotográficos: daguerreotipia, ambrotipia, colódios húmidos, reproduções em papel salgado, platinotipias, albuminas. Foi exímio nos ambrotipos e no retrato-pintado. Podemos constatá-lo no retrato aqui reproduzido da princesa Leopoldina do Brasil por volta de 1864 ano do casamento com Augusto, príncipe de Saxe-Coburg-Gotha (1845-1907). São seus muitos retratos da Família Imperial do Brasil na Colecção do Imperador do Brasil D. Pedro II.
..........Aliás, não escrervi neste texto, que já vai longo, sobre os talentos de Insley Pacheco como pintor e aguarelista. Segundo Laudelino Freire "1816-1916 - Um Século de Pintura" e ainda o CD-Rom "500 Anos de Pintura Brasileira" José Joaquim Pacheco foi discípulo de François René Moreaux, Carlos Linde e Arsênio Cintra da Silva. Foi várias vezes premiado nas Exposição Gerais de Belas Artes. Após a República passou a expor no Salão Nacional de Belas-Artes. À pintura dedicou os últimos anos da sua vida.
..........O que mais me impressiona em Insley Pacheco é o arrojo do jovem oriundo de um meio rural e atrasado que parte para um mundo completamente desconhecido. Na América do Norte foi aprendiz e depois assistente de nomes maiores da fotografia americana com estúdio na Broadway em New York City. De regresso ao Rio de Janeiro torna-se fotógrafo da Família Imperial do Brasil a par de grandes nomes da fotografia brasileira.
:
...

Princesa Dona Leopoldina , ca. 1864 fotopintura. Fotografia de Insley Pacheco
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (São Paulo, SP)



.................

Retrato de homem fardado, c. 1855 ambrotipia em caixa. Retrato das Princesas Dona Leopoldina e Dona Isabel, c.1855 ambrotipia, 11 x 8cm (imagem). Trabalhos de Joaquim Insley Pacheco
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (São Paulo, SP)



.
D. Pedro II Imperador do Brasil, Rio de Janeiro 1883. Platinotipia de Joaquim Insley Pacheco.
.
.
.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Moçambique, terra mãe

.
© Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

Habitações de funcionários da Companhia do Borôr, Zambeze 1936
Photo Camacho
.
.

MOÇAMBIQUE TERRA MÃE.

A África profunda que apenas alguns eleitos conheciam, os eleitos da aventura da coragem e do trabalho, os colonos, os missionários e os comerciantes, mas também, os militares e os administrativos, os muitos que não se confinaram ao litoral pachorrento das esplanadas e dos Whiskys com gelo. A África praticamente desconhecida dos europeus até finais do século XIX quando, a Monarquia moribunda se lembra e lhe protela a agonia. Aliás, é este o preciso momento que marca a efectiva ocupação portuguesa de todo o hinterland moçambicano, impulso notável de uma pequena potência que na sequência das conferências de Berlim e reagindo ao Ultimatum Britânico conseguiu, mercê de esforços diplomáticos e a decisiva intervenção militar nas campanhas de pacificação, garantir a presença portuguesa por mais três quartos de século.
Não quero fazer aqui uma evocação do passado, antes o registo de recordações que vão desaparecendo com aqueles que amamos.
Natural de Lourenço Marques actual Maputo, onde nasci a 2 de Fevereiro de 1966. Ainda muito jovem vivi a vinda compulsiva para a metrópole sem a consciência do que deixava para trás. Os sonhos que não voltariam, a não ser nas conversas em família. As caçadas do avô Arlindo que foi Aspirante, e Chefe de Posto, e Secretário e Administrador, primeiro em Manjacaze e depois no Chinde e em Panda onde morreria no dia 10 de Agosto de 1955. A minha estadia no “Barroso”, o mais conservador dos colégios, aonde chegava aos ombros do Januário mainato lá em casa. Os gelados da Esquimó na Polana, as matinés da Disney e do Cantiflas ao sábado no cinema da Sociedade de Estudos que faziam as delicias do Augusto, criado lá em casa e cinéfilo da criançada. As tardes na esplanada do Continental onde, no 4º andar do edifício o meu pai trabalhava para a Sonap Moc, filial da Sonap em Moçambique, a gasolineira portuguesa de Manuel Bulhosa e Manuel Queirós Pereira. A mãe Ana Maria que até à morte do avô Arlindo, por quem nutria uma enorme devoção e a quem acompanhou nos mais recônditos e maravilhosos sertanejos; esses lugarejos de fantasias e ilusões onde os sonhos chegavam no autocarro do Mahjohn com os magaíças, mercearias, jornais, revistas e cartas duas vezes por semana ou então se procuravam na colecção filatélica do pai. Terra rude e apaixonante donde ainda hoje penso que a minha mãe nunca, efectivamente, regressou. O Hotel Clube, em Lourenço Marques onde os meus pais foram morar depois de casados e ai viria a nascer o primeiro filho, o Nuno. O gerente era o Sr. Bernardo, pai da Irene casada com Raul Cruto e Silva o rei do leite condensado.
Histórias soltas aqui e ali envolvidas em alguma amargura e saudade, que isto de deixar para trás uma terra que nos viu nascer e viu nascer os nossos pais e uma das avós, não se faz sem lágrimas.
Esta Terra Mãe, é hoje a República Popular de Moçambique. O território foi descoberto pelos portugueses em 1489 por Pêro da Covilhã em demanda das terras do Prestes João. A 1 de Março de 1498, três meses depois de ter dobrado o Cabo da Boa Esperança, Vasco da Gama chega à Ilha de Moçambique. Nesse mesmo ano, erguíamos em Quelimane o padrão de São Rafael na foz do rio dos Bons Sinais. Dois anos depois iniciava-se a colonização da África Oriental nos territórios que viriam a chamar-se Moçambique e que os portugueses chamaram primeiro capitania de Sofala que estava subordinada ao Estado da Índia. Os portugueses instalaram-se em Sofala em 1505 e em Moçambique em 1506; subiram o grande rio Zambeze até Tete em 1632. Em 1608 repeliram os holandeses e os árabes em 1892. Moçambique separa-se de Goa da qual dependia administrativamente em 1752 e torna-se “província” ultramarina portuguesa em 1951. Durante o governo de Marcelo Caetano a 23 de Julho de 1972 foi-lhe conferida a categoria de estado. Os nacionalistas combateram o exército português desde 1964, controlavam então a parte norte do território e conquistaram a independência a 25 de Julho de 1975.


.

© Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria.

Colono transportado numa machila em terras do Prazo Macuse, Zambeze 1936. Photo Camacho
.



© Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

Passeio fluvial do Chinde ao Sombo no primeiro aniversário da República
Portuguesa, Chinde 1911. Fotografo não identificado

.

domingo, janeiro 07, 2007

Salomão Nunes de Carvalho.

..
.

Salomão Nunes Carvalho, auto-retrato daguerreótipo n.d.

Colecção - Biblioteca do Congresso, Washington
.

Os Nunes Carvalho daguerreotipistas sefarditas


...............A 22 de Agosto de 1853, o americano Salomão Nunes Carvalho (1815-1897), judeu sefardita de origem portuguesa, pintor e fotógrafo, com atelier inaugurado a 1 de Junho de 1849 em Baltimor, encontrou-se com o coronel John Charles Frémont (1813-1890), astrónomo, geógrafo e expedicionário de prestígio, que fora incumbido de organizar uma expedição que fizesse o levantamento orográfico para a execução do futuro traçado da primeira linha de caminho de ferro transcontinental que atravessaria o Kansas, as montanhas rochosas do Colorado, Utah até Los Angeles, entre o rio Mississipi e a Costa do Pacífico. Frémont procurava um desenhador e fotógrafo para acompanhá-lo na expedição. Salomão Nunes Carvalho aceitou de imediato o convite e assim juntou-se à expedição como desenhador e fotógrafo oficial. Teve apenas dez dias para preparar todo o material fotográfico necessário para esta viagem arrojada, que lhe apresentava problemas acrescidos pela necessidade de cumprir com as orações da religião que professava e com regras muito especificas quanto aos alimentos kosher, e ainda, as adversidades climatéricas de um Inverno impiedoso, que se imporia no cume das montanhas com temperaturas que chegariam a rondar os 30 graus negativos e que previa fizessem alterar todo o processo comum das aplicações correntes para a preparação, revelação e posterior conservação de todas as chapas de daguerreótipos.
...............As suspeitas de S. N. Carvalho quanto à morosidade do processo fotográfico naquelas circunstâncias climatéricas viriam a concretizar-se. O fotógrafo fez-se valer dos seus conhecimentos em química e estudos sobre a incidência da luz, dedicando-se diariamente à preparação de todo o material fotográfico e obrigando à paragem da expedição por um período de 12 horas em cada local, onde eram efectuadas as tomadas de vista, para que efectivamente se tivesse a certeza que as imagens haviam sido bem captadas e resistiriam às vicissitudes das intempéries. Isto contribuiu para uma sucessão de atrasos na expedição, o que veio a revelar-se desastroso pois para além de ter trazido um maior desgaste físico ao grupo fez com que este chegasse às Montanhas Rochosas do Colorado numa altura em que o clima era mais severo.
...............A Expedição viria a revelar-se um desastre. Salomão Nunes Carvalho, depois de ter suportado o frio e a neve, a fome e a doença, enfrentado índios e animais selvagens, ter quebrado as regras rígidas da alimentação da religião judia (Kashrut), numa aventura em que nem todos chegaram ao fim e que para muitos o preço foi a morte; em Utha, o fotógrafo sefradita viu-se obrigado a abandonar a expedição por motivos de saúde.
...............Salomão Nunes Carvalho regressa desta aventura com 300 daguerreótipos tornando-se o primeiro daguerreotipista a fotografar o Kansas. Segundo Robert Faft “...As mais antigas fotografias feitas no Kansas que eu tenha conhecimento e que sejam mencionadas são atribuídas a Salomão Nunes Carvalho – durante a expedição Frémont em 1853/54” in A Photographic Históry of Early Kansas.
Antes da expedição ao Far Weste, Salomão Nunes de Carvalho trabalhou na Broadway em New York City para Mathew Brady (1823-1896) e também para o atelier fotográfico de Jeremiah Gurney (1812-1886), provavelmente, na mesma altura em que aí se encontrava o fotógrafo português Joaquim José Pacheco (Joaquim Insley Pacheco), ver Registo Daguerreian de Craig (Pesquisa sobre os fotógrafos americanos entre 1839-1860), John S. Craig actualização de 2003. Acrescento agora, ao que aqui tenho vindo a escrever, o comentário de Carlos Miguel Fernandes do blog No Mundo http://no-mundo.weblog.com.pt/, e ao qual aproveito para agradecer: "There was another young newcomer to Broadway's photography row within the next few months. Brady undoubtedly saw him, S.N. Carvalho, a brisk youn man with a short black beard, probably the first American to penetrate America's Wild West with a camera."in Mathew Brady - Historian with a Camera, Bonanza Books, New York, 1955.

...............Em 1856, Salomão Nunes Carvalho descreve as suas experiências durante a expedição, num livro intitulado “Incidents of Travel and Adventure in the Far West”, publicado por Derby e Jackson, Nova Iorque 1859. http://www.jewish-history.com/WildWest/Carvalho/index.html Nestes testemunhos, é mencionado que as primeiras vistas foram captadas perto de Westport a 17 ou 18 de Setembro de 1853.
...............Desta expedição que ficou para a história norte americana como um feito para a época, onde Salomão Nunes Carvalho viu reconhecida a sua habilidade e mestria profissional e John Charles Frémont alicerçou condições para se lançar na corrida ao Senado, não foi feito relatório escrito e a memória da expedição registada por S. N. Carvalho, assim como as cópias feitas pelo conhecido fotógrafo norte americano Mathew B. Brady, perdeu-se para sempre aquando de um incêndio em Nova Iorque em 1881, num armazém onde estavam guardados os daguerreótipos desta epopeia e grande parte das cópias de Brady. Ao que se sabe, de 300 daguerreótipos restaram apenas 3 que estão conservados e preservados pela Biblioteca do Congresso, em Washington. Conhece-se ainda 34 gravuras que haviam sido abertas a partir dos daguerreótipos feitos durante a expedição.

:.

Aldeia Cheyenne, daguerreótipo S. N. Carvalho


Colecção da Biblioteca do Congresso, Washington


Genealogia da família Nunes Carvalho


...............
David e Charity, filhos de Nunes Carvalho, Colecção da Biblioteca do Congresso...
....

Auto-retrato Nunes Carvalho, Colecção da Biblioteca do Congresso.


...............A ascendência portuguesa de Salomão Nunes Carvalho reporta ao início do século XVIII, quando persistia a perseguição e expulsão dos judeus em Portugal pela igreja católica.
...............Não conheço as datas de nascimento e morte do avô do fotógrafo daguerreotipista que tinha o mesmo nome. Apenas sei, que casou em Londres em Abril de 1765 com Judite Henriques Pimentel e que do matrimónio nasceram cinco filhos, entre os quais, David Nunes Carvalho (Londres, 1784 – Baltimor, 1860) que casa em 1814 com Sarah d’Azevedo e tem cinco filhos, um dos quais é o fotógrafo sefardita Salomão Nunes Carvalho que nasceu a 27 de Abril de 1815 em Charleston, Carolina do Sul e que foi o primeiro daguerreotipista a atravessar os EUA e a fotografar o lendário oeste selvagem, http://ruadajudiaria.com/index.php?p=80. Salomão Nunes Carvalho casou a 15 de Outubro de 1845, em Filadélfia com Sarah Miriam Solis e morreu em Nova Iorque a 21 de Maio de 1897. O pai do fotógrafo, David Nunes Carvalho também foi daguerreotipista, estando referenciado no “Directory of Baltimore Daguerreans” de Ross J. Kelbaugh
http://www.bcpl.net/~images/baltodagsa-j.html .

DAGUERREÓTIPOS DE ROBERT SHLAER, 1996


Robert Shlaer um daguerreotipista contemporâneo
.


Robert Shlaer, 1998


Robert Shlaer é um fotógrafo americano apaixonado pelo processo da daguerreotipia e fascinado pela expedição que em 1853/4 John Charles Frémont e o fotógrafo de ascendência portuguesa Salomão Nunes Carvalho haviam empreendido para fazerem o levantamento orográfico e tomadas de vistas da região entre o rio Mississipi e a Costa do Pacífico. Shlaer, resolveu em 1994, por um período de quatro anos, seguir os passos destes homens, tentando transpor para os nossos dias as paisagens vistas por estes exploradores que durante o Inverno e em condições climatéricas extremamente adversas conseguiram realizar 300 daguerreótipos. Robert Shlaer projectou a viagem com a ajuda dos mapas originais da expedição e do livro “Incidentes do curso e da aventura no oeste distante” titulo do livro escrito por Salomão Nunes Carvalho em 1856 e publicado em 1859.
...............Desta epopeia fotográfica do século XX, nasceram 100 daguerreótipos a cores que foram exibidos em 2003 no The Frick Art Museum numa exposição intitulada “Vistas vistas uma vez: A última expedição através das Montanhas Rochosas”. A exposição esteve também no Museu George Eastman em Rochester, Nova Iorque e foi editado o álbum “Sights Once Seen” Daguerreotyping Fremont’s Last Expedition Through the Rockies. Robert Shlaer.



Auto retrato Robert Schlaer, 1996. Daguerreótipo
.

.
http://www.amazon.co.uk/exec/obidos/ASIN/0890133409

.

terça-feira, janeiro 02, 2007

O "Sultanato" dos fotógrafos portugueses no Zanzibar



.
© Colecção Ângela Camila Castelo - Branco e António Faria
Europeu e criados
 Foto: J. B. Coutinho, Zanzibar 1878


O “Sultanato” dos fotógrafos portugueses no Zanzibar

Numa ilha do Índico, no litoral da Tanzânia (ex Tânganica), nasceu a 5 de Setembro de 1964 Faukh Bomi Bulsar, que viria a ser conhecido no mundo inteiro por Freddie Mercury, sim esse mesmo, o do dueto com Monserrat Caballé e vocalista dos Queen.
Entre os séculos VII e XVI o território e a costa oriental do continente africano foram centros de comércio árabe, até caírem sob o domínio dos portugueses que acabariam expulsos pelo Sultão de Omã. Por volta de 1890 os alemães transformaram o Tânganica na África Oriental Alemã. Os portugueses bem sentiram a presença germânica, sobretudo durante as incursões destes a Moçambique (1916-18), que partindo do Tânganica e sob a liderança do General Von Lettow infligiram pesadas derrotas a um exército português desorganizado e sem recursos. Depois da I Guerra Mundial o território foi colocado sob mandato da Sociedade das Nações com administração britânica. Em 1963 torna-se independente e um ano depois Nyerere anexa o Zanzibar, a família de Freddie Mercury tem de partir do território. Nascia a República Unida da Tanzânia.
Na ilha tinham desembarcado nos finais do séc. XIX muitas famílias goesas vindas da Índia Portuguesa, fugindo das epidemias que obrigaram a mudar a capital para Pangim. Os que não quiseram ficar na nova capital, procuraram melhores oportunidades económicas noutras paragens e porventura alguns ter-se-ão decidido pelo Sultanato do Zanzibar. A história do Sultanato do Zanzibar do final do século XIX e começo do século XX pode ser contada num álbum de fotógrafos de origem portuguesa de Goa. Este é o motivo pelo qual escrevo hoje sobre fotografia portuguesa.



COUTINHO BROS

Coutinho Bros, pode ter sido a primeira casa fotográfica comercial na África do Leste. Em 1890 fizeram sociedade com A. C. Gomes, que tinha estúdio na ilha do Zanzibar desde 1870. A sociedade entre os dois fotógrafos de origem portuguesa (A. C. Gomes e os irmãos Coutinho), terminou a 31 de Julho de 1897. Não conheço a data em que mais tarde montam um estúdio em Dar es Salaam, capital do Tânganica.




Mulher do Zanzibar; Árabes fotografados em estúdio; H. S. H. Hamaud Sultão do Zanzibar. Fotografias de Coutinho Bros e J. B. Coutinho, Zanzibar 1900


A. C. GOMES & Cº; SONS


Postal Fotográfico, A. C. Gomes & Cº; Son

A. C. Gomes foi fundada em 1868 em Aden. Em 1890 J. B. Coutinho trabalhou em sociedade com a A. C. Gomes que tinha estúdio no Zanzibar desde 1870. Esta breve parceria com J. B. Coutinho foi dissolvida em 31 de Julho de 1897. A. C. Gomes morre em 1917. Os filhos de A. C. Gomes continuaram o negócio da família até 1932. Um estúdio da família foi aberto em Dar - es - Salaam pela P. F. Gomes e seu filho, E. Gomes, em 1929. Em 1930 P. F. Gomes estava a montar estúdio na Main Street, no Zanzibar, quando lhe nasceu um segundo filho (G. Gomes). O filho de A. C. Gomes, fez algumas das primeiras fotografias dos caminhos-de-ferro do Ruanda. A família fotografou na Tanzânia, Uganda, Yemen, Adan, Zanzibar, Dar es Salaam e Moçambique. Os primeiros trabalhos dos Gomes são marcados A. C. Gomes & Cº, photographers, Zanzibar; alguns anos depois encontramos carimbos com Copyright issued by A. C. Gomes & Cº, Son, Zanzibar e finalmente A. C. Gomes & Cº, Sons, Zanzibar.



..
A. C. Gomes

.......
......
..
...P. F. Gomes


DE LORDS PHOTO STUDIO

Fotografias de grande qualidade documental deixaram-nos os irmãos Pereira de Lord. Ninguém fez tantas imagens da antiga Zanzibar quanto estes dois fotógrafos que fizeram um levantamento exaustivo do território, fotografando também o quotidiano e os costumes do Zanzibar. Eram famosos os retratos feitos no estúdio de A. R. P. de Lord, posteriormente P. De Lord Brothers, que funcionava na avenida principal de Stone Town.



Estúdio P. de Lord, em Stone Town



Jardim da comunidade goesa no Zanzibar, fotografia P. de Lord


Swahili Girls, 1910
 Foto: P. de Lord




© Colecção Ângela Camila Castelo- Branco e António Faria
Família portuguesa fotografada por P. de Lord Brothers, 1910


CAPITAL ART ESTÚDIO


O Capital Art Estúdio, em actividade desde 1930, teve como proprietário Ronchad T. Oza que apesar de não ser de origem goesa, começou a trabalhar como aprendiz de fotógrafo para a Casa Gomes & Cº; Filhos em 1925. Em 1930 inaugurou o seu próprio estúdio, na mesma rua do estúdio Pereira de Lord em Stone Town. O seu trabalho foi apreciado pelo Sultão Khalifa, que era um mecenas das artes e das letras e Ronchad T. Oza torna-se o fotógrafo oficial da família dos Sultões. Oza morreu em 1983 com 80 anos. O Capital Art Estúdio, agora a ser explorado por Rameh Oza e pelo irmão, perfaz 77 anos desde a sua inauguração em 1930.


Postais a partir das fotografias de Ronchad T. Oza, Zanzibar

..
Quem souber informações adicionais para poder construir a biografia destes fotógrafos pode entrar em contacto com o mail do Grand Monde o que desde logo muito agradeço.