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© Colecção Ângela Camila Castelo - Branco e António Faria
Europeu e criados
Foto: J. B. Coutinho, Zanzibar 1878
O “Sultanato” dos fotógrafos portugueses no Zanzibar
© Colecção Ângela Camila Castelo - Branco e António Faria
Europeu e criados
Foto: J. B. Coutinho, Zanzibar 1878
O “Sultanato” dos fotógrafos portugueses no Zanzibar
Numa ilha do Índico, no litoral da Tanzânia (ex Tânganica), nasceu a 5 de Setembro de 1964 Faukh Bomi Bulsar, que viria a ser conhecido no mundo inteiro por Freddie Mercury, sim esse mesmo, o do dueto com Monserrat Caballé e vocalista dos Queen.
Entre os séculos VII e XVI o território e a costa oriental do continente africano foram centros de comércio árabe, até caírem sob o domínio dos portugueses que acabariam expulsos pelo Sultão de Omã. Por volta de 1890 os alemães transformaram o Tânganica na África Oriental Alemã. Os portugueses bem sentiram a presença germânica, sobretudo durante as incursões destes a Moçambique (1916-18), que partindo do Tânganica e sob a liderança do General Von Lettow infligiram pesadas derrotas a um exército português desorganizado e sem recursos. Depois da I Guerra Mundial o território foi colocado sob mandato da Sociedade das Nações com administração britânica. Em 1963 torna-se independente e um ano depois Nyerere anexa o Zanzibar, a família de Freddie Mercury tem de partir do território. Nascia a República Unida da Tanzânia.
Na ilha tinham desembarcado nos finais do séc. XIX muitas famílias goesas vindas da Índia Portuguesa, fugindo das epidemias que obrigaram a mudar a capital para Pangim. Os que não quiseram ficar na nova capital, procuraram melhores oportunidades económicas noutras paragens e porventura alguns ter-se-ão decidido pelo Sultanato do Zanzibar. A história do Sultanato do Zanzibar do final do século XIX e começo do século XX pode ser contada num álbum de fotógrafos de origem portuguesa de Goa. Este é o motivo pelo qual escrevo hoje sobre fotografia portuguesa.
Entre os séculos VII e XVI o território e a costa oriental do continente africano foram centros de comércio árabe, até caírem sob o domínio dos portugueses que acabariam expulsos pelo Sultão de Omã. Por volta de 1890 os alemães transformaram o Tânganica na África Oriental Alemã. Os portugueses bem sentiram a presença germânica, sobretudo durante as incursões destes a Moçambique (1916-18), que partindo do Tânganica e sob a liderança do General Von Lettow infligiram pesadas derrotas a um exército português desorganizado e sem recursos. Depois da I Guerra Mundial o território foi colocado sob mandato da Sociedade das Nações com administração britânica. Em 1963 torna-se independente e um ano depois Nyerere anexa o Zanzibar, a família de Freddie Mercury tem de partir do território. Nascia a República Unida da Tanzânia.
Na ilha tinham desembarcado nos finais do séc. XIX muitas famílias goesas vindas da Índia Portuguesa, fugindo das epidemias que obrigaram a mudar a capital para Pangim. Os que não quiseram ficar na nova capital, procuraram melhores oportunidades económicas noutras paragens e porventura alguns ter-se-ão decidido pelo Sultanato do Zanzibar. A história do Sultanato do Zanzibar do final do século XIX e começo do século XX pode ser contada num álbum de fotógrafos de origem portuguesa de Goa. Este é o motivo pelo qual escrevo hoje sobre fotografia portuguesa.
COUTINHO BROS
Coutinho Bros, pode ter sido a primeira casa fotográfica comercial na África do Leste. Em 1890 fizeram sociedade com A. C. Gomes, que tinha estúdio na ilha do Zanzibar desde 1870. A sociedade entre os dois fotógrafos de origem portuguesa (A. C. Gomes e os irmãos Coutinho), terminou a 31 de Julho de 1897. Não conheço a data em que mais tarde montam um estúdio em Dar es Salaam, capital do Tânganica.
Mulher do Zanzibar; Árabes fotografados em estúdio; H. S. H. Hamaud Sultão do Zanzibar. Fotografias de Coutinho Bros e J. B. Coutinho, Zanzibar 1900
A. C. GOMES & Cº; SONS
Postal Fotográfico, A. C. Gomes & Cº; Son
A. C. Gomes foi fundada em 1868 em Aden. Em 1890 J. B. Coutinho trabalhou em sociedade com a A. C. Gomes que tinha estúdio no Zanzibar desde 1870. Esta breve parceria com J. B. Coutinho foi dissolvida em 31 de Julho de 1897. A. C. Gomes morre em 1917. Os filhos de A. C. Gomes continuaram o negócio da família até 1932. Um estúdio da família foi aberto em Dar - es - Salaam pela P. F. Gomes e seu filho, E. Gomes, em 1929. Em 1930 P. F. Gomes estava a montar estúdio na Main Street, no Zanzibar, quando lhe nasceu um segundo filho (G. Gomes). O filho de A. C. Gomes, fez algumas das primeiras fotografias dos caminhos-de-ferro do Ruanda. A família fotografou na Tanzânia, Uganda, Yemen, Adan, Zanzibar, Dar es Salaam e Moçambique. Os primeiros trabalhos dos Gomes são marcados A. C. Gomes & Cº, photographers, Zanzibar; alguns anos depois encontramos carimbos com Copyright issued by A. C. Gomes & Cº, Son, Zanzibar e finalmente A. C. Gomes & Cº, Sons, Zanzibar.
DE LORDS PHOTO STUDIO
Fotografias de grande qualidade documental deixaram-nos os irmãos Pereira de Lord. Ninguém fez tantas imagens da antiga Zanzibar quanto estes dois fotógrafos que fizeram um levantamento exaustivo do território, fotografando também o quotidiano e os costumes do Zanzibar. Eram famosos os retratos feitos no estúdio de A. R. P. de Lord, posteriormente P. De Lord Brothers, que funcionava na avenida principal de Stone Town.
Estúdio P. de Lord, em Stone Town
Jardim da comunidade goesa no Zanzibar, fotografia P. de Lord
Swahili Girls, 1910
Foto: P. de Lord
Foto: P. de Lord
© Colecção Ângela Camila Castelo- Branco e António Faria
Família portuguesa fotografada por P. de Lord Brothers, 1910
CAPITAL ART ESTÚDIO
O Capital Art Estúdio, em actividade desde 1930, teve como proprietário Ronchad T. Oza que apesar de não ser de origem goesa, começou a trabalhar como aprendiz de fotógrafo para a Casa Gomes & Cº; Filhos em 1925. Em 1930 inaugurou o seu próprio estúdio, na mesma rua do estúdio Pereira de Lord em Stone Town. O seu trabalho foi apreciado pelo Sultão Khalifa, que era um mecenas das artes e das letras e Ronchad T. Oza torna-se o fotógrafo oficial da família dos Sultões. Oza morreu em 1983 com 80 anos. O Capital Art Estúdio, agora a ser explorado por Rameh Oza e pelo irmão, perfaz 77 anos desde a sua inauguração em 1930.
Postais a partir das fotografias de Ronchad T. Oza, Zanzibar
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Quem souber informações adicionais para poder construir a biografia destes fotógrafos pode entrar em contacto com o mail do Grand Monde o que desde logo muito agradeço.
9 comentários:
A,
Isto é muito difícil...
Felizmente que você é simpática com os ignorantes...
AB
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Aproveito para incluir aqui uma notícia, hoje veiculada pela RDP Internacional e que faz referência também à fotografia portuguesa no Zanzibar: "Arquivos para a história da fotografia e dos fotógrafos portugueses na diáspora" foi o tema dum encontro que decorreu ontem na Sociedade de Geografia, em Lisboa.
Em destaque esteve uma mostra sobre trabalhos das décadas imediatamente a seguir ao advento da fotografia (de 1840 aos finais do século XIX e na qual sobressaem alguns fotógrafos portugueses que abriram estúdios em diversos países dos vários continentes (Brasil, EUA, Guiana inglesa, Antilhas, Aden, Sião e Zanzibar).
Sobre o evento falou à RDP Internacional a organizadora, a nossa colega da RTP Ângela Castelo Branco.
{Ouvir depoimento no link abaixo}
Segundo Ângela Castelo Branco, documentalista, este núcleo de fotógrafos contribuíu muito para o o conhecimento e estudo da história da fotografia portuguesa e muitos foram premiados em exposições universais, em voga nos finais do século 19 e princípios do século 20 e outros obtiveram a almejada chancela de "fotógrafos da casa real" e distinguiram-se pela publicação de álbuns fotográficos.
Os fotógrafos portugueses na diáspora são hoje mencionados como referência dos primórdios da fotografia nos países que os acolheram e fazem parte da história da fotografia portuguesa.
Ângela Castelo Branco disse ainda à RDP Internacional que alguns destes fotógrafos, como Carlos Relvas, foram pioneiros da fototipia (ou fototipografia).
Decorreu ontem em Lisboa o encontro "Arquivos para a história da fotografia e dos fotógrafos portugueses na diáspora".
A sessão foi acompanhada da abertura duma mostra sobre trabalhos das décadas imediatamente a seguir ao advento da fotografia (de 1840 aos finais do século XIX). https://soundcloud.com/samuel-ornelas-castro/rdpi-depoimento-sobre-fotografos-diaspora
Apreciei o seu texto sobre os fotógrafos goeses, revelando a sua actividade
na África oriental. São peças que falam de "outras" culturas e algumas são particularmente eloquentes.
Desconhecia a existência da Associação e a partir de agora pretendo seguir o blogue. Tenho um interesse particular pela fotografia histórica associada a África e às culturas africanas e tenho utilizado algumas em estudos já publi-cados.
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