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"Estas são imagens retiradas ao álbum de fotografias de Ruy Cinatti, deambulações por Timor, sobretudo, e pelos seus passos em redor do mundo. As fotografias de Ruy Cinatti constituem, se reconstituído o seu espólio completo, um valioso manancial de imagens para reconhecer o próprio olhar do poeta nas paisagens que visitou.", in revista "Ler" n.º 39 1997.
REALISMO POLÍTICO
Luro. Faldas do Tata-Mai-Lau, com vista ao sul.
Fotografia © Ruy Cinatti
.UM FOTÓGRAFO DE SILÊNCIOS
Fotografia © Ruy Cinatti
"Estas são imagens retiradas ao álbum de fotografias de Ruy Cinatti, deambulações por Timor, sobretudo, e pelos seus passos em redor do mundo. As fotografias de Ruy Cinatti constituem, se reconstituído o seu espólio completo, um valioso manancial de imagens para reconhecer o próprio olhar do poeta nas paisagens que visitou.", in revista "Ler" n.º 39 1997.
REALISMO POLÍTICO
Se os Timorenses quiserem ser Indonésios, passem para o outro lado.
Se os Timorenses quiserem ser Portugueses, têm-me a seu lado.
Se os Timorenses quiserem ser independentes, construam-se.
Ruy Cinatti, Timor-Amor
30/6/74 (de Timor-Amor, 1974 - na versão original a última palavra deste poema era "sumam-se". Porém, esta é a versão definitiva, incluída na antologia editada pouco depois da morte de Cinatti pela Presença e organizada por Joaquim Manuel Magalhães, que dele recebeu o encargo da substituição)
Fotografia © Ruy Cinatti
Tau Matan Ba Timor
Hei-de chorar as praias mansas de Tíbare Díli
as manhãs, mesas de bruma, de Lautém,
os horizontes transmarinhos de Dáre,
as planícies agrícolas de Same e de Suai.
Ruy Cinatti, Timor-Amor
A praia foi lugar de muita espera.
A maré molhou-te de improvisos.
Chegou a noite e abriu-te as portas ao sol poente.
A noite para os poetas.
Ruy Cinatti, De cá para lá
Luro. Faldas do Tata-Mai-Lau, com vista ao sul.
Fotografia © Ruy Cinatti
OS VÍNCULOS PORTUGUESES
Meu irmão, meu irmão branco,
de cor, como eu também!
Aceita a minha aliança.
Bebe o meu sangue no teu.
Se te sentires timorense,
bebe o teu sangue no meu.
Lenço enrolado nas mãos,
apertadas, pele na palma.
Não o quero maculado.
Quero-lhe mais que à minha alma.
É penhor de uma aliança.
Quero-lhe mais que à minha alma.
Tenho o meu coração preso
a um símbolo desfraldado.
Um desenho atribuído,
pelas minhas mãos hasteado.
Não piso a sombra de um símbolo
pelas minhas mãos hasteado.
No Tata-Mai-Lau aprendo alturas
que ninguém viu na terra de Português.
Hasteei-lhe uma bandeira.
Timor deu a volta ao mundo.
Hasteei nele a bandeira.
Ruy Cinatti, Um Cancioneiro Para Timor
Ruy Cinatti deixou os seus bens e espólio literário à Casa do Gaiato, de Lisboa.
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