Tinha anotado em vários cadernos o dia 3 de Abril, Fernando Lemos (1926-), estaria na Sociedade Nacional de Belas Artes, não queria perder esta oportunidade para conhece-lo, como já tinha acontecido aquando da exposição no Museu Berardo de Arte Moderna em Sintra em 2005 “Fernando Lemos e o Surrealismo”, já então tinha perdido a ocasião para estar com este grande português que vive no Brasil desde 1952. (O acontecimento podemos recordar aqui num filme de Pedro Aguilar e Bruno de Almeida).
Auto retrato de Fernando Lemos, anos 50
Aconteceu que nunca mais me lembrei da exposição onde Fernando Lemos estaria presente.
Sábado pelo meio dia apeteceu-me tomar o pequeno-almoço e ler as notícias na Cinemateca, o ambiente àquela hora está despido de vaidades e envolvido de numa efémera solidão que me conquista. Soprava uma brisa de silêncio frio que arrepiava. Recolhi-me no interior, ao fundo da cafetaria poltronas opulentas esperavam pacientemente que me aconchegasse nelas. Aproveito para ver “Cinema de Papel”, os 50 desenhos de Federico Fellini ali expostos até finais de Maio.
Satisfeita saio para a Barata Salgueiro, especado na minha frente o edifício da Sociedade Nacional de Belas Artes, só então me recordo de Fernando Lemos. Lá dentro esperava-me a exposição dos concorrentes ao 3.º Prémio de Pintura Banif - Revelação e a Consagração a Fernando Lemos. Uma pequena brochura sobre o artista consagrado é-nos oferecida, vale ouro, à parte o excelente catálogo da Exposição “Fernando Lemos e o Surrealismo”, pouco temos sobre o artista.
Não resisto a transcrever a autobiografia. “ Autobiografia de Fernando Lemos - Nasci na Rua do Sol ao Rato, em Lisboa em 1926. Fui para o Brasil em 1952. Fui estudante, serralheiro, marceneiro, estofador, impressor de litografia, desenhador, publicitário, professor, pintor, fotógrafo, tocador de gaita, emigrante, exilado, director de museu, assessor de ministros, pesquisador, jornalista, poeta, júri de concursos, conselheiro de pinacotecas, comissário de eventos internacionais, designer de feiras industriais, cenógrafo, pai de filhos, bolseiro, e tenho duas pátrias, uma que me fez e outra que ajudo a fazer. Como se vê, sou mais um português à procura de coisa melhor.” (Fernando Lemos, Prémio Banif Consagração 2008). Apreciei alguns retratos fantásticos de Fernando Lemos, algumas pinturas e prospectos de exposições, parece pouco mas soube-me a muito.
Sábado pelo meio dia apeteceu-me tomar o pequeno-almoço e ler as notícias na Cinemateca, o ambiente àquela hora está despido de vaidades e envolvido de numa efémera solidão que me conquista. Soprava uma brisa de silêncio frio que arrepiava. Recolhi-me no interior, ao fundo da cafetaria poltronas opulentas esperavam pacientemente que me aconchegasse nelas. Aproveito para ver “Cinema de Papel”, os 50 desenhos de Federico Fellini ali expostos até finais de Maio.
Satisfeita saio para a Barata Salgueiro, especado na minha frente o edifício da Sociedade Nacional de Belas Artes, só então me recordo de Fernando Lemos. Lá dentro esperava-me a exposição dos concorrentes ao 3.º Prémio de Pintura Banif - Revelação e a Consagração a Fernando Lemos. Uma pequena brochura sobre o artista consagrado é-nos oferecida, vale ouro, à parte o excelente catálogo da Exposição “Fernando Lemos e o Surrealismo”, pouco temos sobre o artista.
Não resisto a transcrever a autobiografia. “ Autobiografia de Fernando Lemos - Nasci na Rua do Sol ao Rato, em Lisboa em 1926. Fui para o Brasil em 1952. Fui estudante, serralheiro, marceneiro, estofador, impressor de litografia, desenhador, publicitário, professor, pintor, fotógrafo, tocador de gaita, emigrante, exilado, director de museu, assessor de ministros, pesquisador, jornalista, poeta, júri de concursos, conselheiro de pinacotecas, comissário de eventos internacionais, designer de feiras industriais, cenógrafo, pai de filhos, bolseiro, e tenho duas pátrias, uma que me fez e outra que ajudo a fazer. Como se vê, sou mais um português à procura de coisa melhor.” (Fernando Lemos, Prémio Banif Consagração 2008). Apreciei alguns retratos fantásticos de Fernando Lemos, algumas pinturas e prospectos de exposições, parece pouco mas soube-me a muito.
Cá fora, e porque ainda não queria almoçar dei um salto à Fundação Medeiros de Almeida - ali ao atravessar da rua. Só para ver o que lá estava, “Arte Brasileira Sobre Papel - Um Panorama do Século XX”, passei-lhe os olhos. Comprei o catálogo da exposição de fotografia que Eduardo Nery tinha feito sobre as peças da colecção da Fundação e que me tinha passado ao lado.
Fui para casa descansar. À noite esperava-me a consagração dos 40 anos de carreira de Vital d’Assunção na Voz do Operário. Aí, juntamente com alguns amigos, troçamos da vida. A colher a boiar no caldo verde, a zurrapa a armar ao tinto, o chouriço de super mercado derretido nas brasas, o fado, a guitarra, a viola e o bombeiro a roncar que velava pela nossa segurança. Tudo estava perfeito, “altamente”. É em noites assim que descobrimos que a companhia dos amigos é tudo.
Fui para casa descansar. À noite esperava-me a consagração dos 40 anos de carreira de Vital d’Assunção na Voz do Operário. Aí, juntamente com alguns amigos, troçamos da vida. A colher a boiar no caldo verde, a zurrapa a armar ao tinto, o chouriço de super mercado derretido nas brasas, o fado, a guitarra, a viola e o bombeiro a roncar que velava pela nossa segurança. Tudo estava perfeito, “altamente”. É em noites assim que descobrimos que a companhia dos amigos é tudo.
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Ângela Camila Castelo-Branco, APPh.
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