... Assim na série Miedos, em que a amplitude das próprias ampliações, largas de mais de dois metros, contribui para acentuar a sua horizontalidade que joga sempre na duplicação espelhada das imagens, simétricas, que se abrem como se desdobradas para nos revelar uma espécie de interior, e que se elaboram como se fossem corpos. Corpos infinitamente dobrados sobre si que, diante dos nossos olhos, revelariam o misterioso interior das suas dobras, abrindo a sua simetria, que é acentuação de uma crescente especularidade (tal como acontecia na série Dípticos, que esta, a meu ver, consequentemente continua), o acontecer do seu ser-corpo, revelando-se quase angustiadamente, e assim evidenciando a intensidade da sua carne.
Porque esse mar que se abate sobre as rochas, tal como antes a luz que desenhava sobre as zonas mais obscurecidas dos seus corpos ou das suas pedras, age aqui como um revelador, uma memória de tudo quanto regressa, de tudo quanto volta e que, voltando, dá uma nova dimensão ao que já foi.
Bernardo Pinto de Almeida, 2009
Exposição de fotografia de 23 de Janeiro a 27 de Fevereiro de 2010
Galeria Serpente
Rua Miguel Bombarda 558
4050-379 PORTO
3 comentários:
Bom dia,
Vim cá ter através do Nuno, ambos escrevemos no Aventar. Também lá coloco algumas fotografias minhas.
Gostei deste seu sítio, e com a sua autorização, vou colocar o seu "link" nos meus favoritos.
Melhores cumprimentos
José F Magalhães
Um “multiverso” fantástico o seu.
Seguirei.
Eduardo Barbossa
eduardobarbossa.blogspot.com
OS: Quando tiver um tempo conheça o meu espaço.
Só uma rectificação:
O fotografo é RAFAEL NAVARRO e não DANIEL NAVARRO
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