sexta-feira, dezembro 15, 2006






Princesas para todos os gostos de Huíla ao Xai-Xai




Litografia de Babolla Princesa de Huíla
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Em 1843 o médico cirurgião Clemente Joaquim Abranches Bizarro (?-1845), fotografou a Princesa de Huíla em Angola, quando esta acompanhava o Major Garcia Moreira nas explorações de África; do daguerreótipo existe uma litografia na Biblioteca Nacional em Lisboa.
O fotógrafo, que pela mesma altura tinha estúdio na rua dos Mártires n.º 34, 1.º em Lisboa, era o francês E. Thiesson que fotografou meia Lisboa e a quem A. Feliciano de Castilho dedicou um artigo publicado no Jornal de Belas Artes intitulado “Luz Pintora”, onde se confirma o estúdio do francês em Lisboa em 1845. Provavelmente foi nesse mesmo estúdio, visitado por Castilho, que Thiesson terá feito uma série de daguerreótipos de africanos residentes em Lisboa entre os quais estaria aquela que passou a ser uma famosa nativa de Moçambique. O daguerreótipo pertence hoje à colecção George Eastman, Rochester, Nova Yorque; esclarecem estes que a retratada a nativa de Sofala é a Rainha do Xai-Xai de Zavala - Moçambique e que aí foi retratada por Thiesson em condições climatéricas adversas. Bem, o Xai-Xai foi a capital de distrito João Belo e depois novamente Xai-Xai. Perto fica a Zavala dos tarimbeiros, mas Sofala fica a umas largas centenas de Km de distância. E eu que até acho que o fotógrafo nunca esteve em Moçambique, não deixo de simpatizar com a história da Casa George Eastman. Os americanos lá terão as suas fontes! Para mim serão sempre a Rainha Babolla e uma Princesa do Sabá, negra e formosa senhora de grandes domínios, do Índico aos grandes Lagos donde sempre se pensou nasciam os grandes rios que rasgam o continente africano incluindo o Nilo.
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Nativa de Sofala, Rainha do Xai-Xai

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