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quarta-feira, dezembro 28, 2011

"O Império Invisível" da fotografia portuguesa na Tailândia

"O Império Invisível" / "เอ็มไพร์ที่มองไม่เห็น"ของการถ่ายภาพโปรตุเกสในประเทศไทย

Por ocasião do lançamento da revista anual “XXI, Ter Opinião”, publicada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, e depois de ter lido o artigo “Crise, crença e criação” escrito pelo Professor Jorge Calado no primeiro número da revista, fiquei a pensar na citação que fez de Winston Churchil e que nos recorda que, criticado por gastar dinheiro no apoio às artes, terá respondido: “Mas não é para salvar a cultura que estamos em guerra?” Os períodos de crise são favoráveis à criação artística e científica? O artigo responde à pergunta a que já me tinha respondido Jorge Calado – depende daqueles que nos governam nessas alturas.

Neste preciso momento Portugal está em crise, esta é a nossa guerra. Não se trata de uma guerra convencional de trincheiras ou de bombardeamentos aéreos. É uma guerra de valores, interesses económicos, jogos de poder e de influência; tempo inquieto de decisões inadiáveis, com danos colaterais de dimensões imprevisíveis que vão incidir no desemprego, na fome e na miséria das populações. Uma guerra para onde os portugueses foram arrastados pela “Europa Unida”, da qual fazem parte e a ela conduzidos pelos seus governantes. Uma guerra que não se confina a Portugal e nem se limita ao velho continente. Mesmo assim, os responsáveis políticos pela condução e planificação cultural, na atual situação económica que Portugal atravessa, também eles, têm que ser criativos, não podem reduzir a sua ação apenas a uma economia de gastos e conduzir o país a um vazio cultural inaceitável.





Nessa mesma noite acabaria por ficar à conversa com o Professor. Falámos do que os dois gostamos muito, da fotografia, disto e daquilo, coisas que a poucos interessa. Jorge Calado acabaria por me contar que alguém numa universidade em Camberra pretendia informações sobre os fotógrafos do século XIX na Ásia, mais concretamente na Ásia banhada pelo oceano pacífico. Nem de propósito, pois o meu irmão, Miguel Castelo-Branco, estava a trabalhar na exposição “Das Partes do Sião”, que integra as Comemorações dos 500.º aniversário das relações Luso-Tailandesas. Eu tinha adquirido recentemente para a minha coleção uma quantidade considerável de fotografias da autoria de Francisco Chit e Joaquim António, quiçá os maiores expoentes da história da fotografia no Sião. Tudo parecia conjugar-se sem que nada tivesse sido programado. Algumas das fotografias que fazem parte dessa aquisição (O retrato do Rei Chulalongkorn, 1873 feito por Francisco Chit; os “protegidos chineses” fotografados por Joaquim António frente ao consulado português em Bangkok aquando do aniversário do Rei D. Carlos em 1899 e um grupo de músicos da Sociedade Philarmonica de Bangkok em 1900 onde identificámos o fotógrafo Joaquim António) acabariam por figurar na exposição “Das Partes do Sião”, na Biblioteca Nacional de Portugal e que recomendo ser visitada até dia 18 de Fevereiro de 2012. São estes os momentos em que podemos reencontrar aliados que são fruto da nossa relação com os povos e as nações em outras alturas da história.





© Coleção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria



Segunda coroação do Rei Chulalongkon, em Outubro de 1873, Sentado com regalia (coroa, ceptro, sandálias, caixa de bétele, escarrador, incenso...). Fotografia de Francis Chit (Khun Sunthom Sathitsalak), 1830-1891. Papel albuminado colado sobre cartão, dimensões: 26,3 x 22 cm.





© Coleção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria



Fotografia de Francis Chit ca. 1869. Papel albuminado colado sobre cartão, dimensões: 23 x 18 cm.


No catálogo da exposição podemos ler sobre a Época de Ouro dos Protukét do Sião: “Houve alguém que um dia se referiu a um «Império Sombra» português localizado a Oriente do Cabo da Boa Esperança. Outro Investigador chamou-lhe «Império Informal». Não havia sido nem comprado, conquistado ou financiado por Goa ou Lisboa, mas fora-se povoando de forma pacífica por soldados retirados do serviço activo, bem como por fugitivos. Casaram, assentaram e ficaram”. Miguel Castelo-Branco chama-lhe «Império Invisível», esclarecendo que “estava por todo o lado e em local algum, nem era entendido como tal nem pelos seus membros nem pelos povos a que se acolhiam, mas que, no entanto, funcionava como uma poderosa rede clientelar, de afectos e defesa de uma certa ideia de fraternidade universal muito parecida com a cultura de resistência, teimosa mas inaudível, da diáspora judaica.
Porém, ao contrário de judeus e arménios, que se encontravam um pouco por todo o Oriente tocado pelas rotas comerciais árabes e persas, as lusotopias mestiças identificavam-se com um estado presente no continente (Portugal), ligando-se-lhe por laços, vagos mas poderosos de lealdade cultural, linguística, mas sobretudo religiosa.”

Sobre as imagens do Sião nos séculos XIX e inicio do XX, atrevo-me a afirmar que, no que diz respeito à história da fotografia no mundo, também existe um “Império Invisível”. No mesmo catálogo “Das Partes do Sião”, Miguel Castelo-Branco escreve sobre Francisco Chit e Joaquim António, fotógrafos:





Autoretrato de Luang Akani Naruemitr, aliás Francis Chit quando era ainda Khun Sunthorn Satisluksana, títulos que lhe foram concedidos por Rama IV e Rama V.



“O primeiro fotógrafo profissional do Sião foi um Protukét, filho de Teng, chinês católico casado com uma Protukét de Thonburi, Francisco Chit (1830-1891) estudou na escola do palácio. O Rei Mongkut dele fez fotógrafo oficial, concedendo-lhe o título de Khun Suthorn Satisalak É possível que as primícias do jovem Francisco tivessem sido estimuladas ou por um padre da paróquia de santa Cruz de Thonburi – Larnaudie, um entusiasta da fotografia. Francisco recebia diariamente entre as sete e as onze horas da manhã, aproveitando a luz natural que coava pela clarabóia do estúdio, oferecendo aos clientes fotos em formato carte de visite ou cabinet, coladas sobre cartões de cor rocha, verde ou preta. Dava, porém, preferência a fotos de exteriores, escolhendo o Ananta Samakon, nas cercanias do palácio real ou Bang Pa-In, residência de Verão do Rei, para explorar as potencialidades da luz solar. Ao longo de dois reinados que serviu como fotógrafo oficial, fotografou vistas das mais importantes cidades do reino, a arquitectura monumental da capital e a sua transformação. Acompanhou o jovem Rei Chulalongkorn na visita a Singapura e às Índias Orientais Holandesas. Francisco sabia negociar e cultivava com grande desembaraço as novas técnicas da publicidade. Adaptou o nome de baptismo, dando-lhe a ressonância cosmopolita de Francis e anunciava com frequência nas páginas do Siam Mercantile Gazette, no Bangkok Times, Bangkok Summary e Bangkok Recorder – jornais em língua inglesa – bem como na imprensa em língua thai. Em Janeiro de 1865, nas páginas do Bangkok Recorder [«Francis Chit», in The Bangkok Recorder, 14 January 1865, p.6.] apresentava-se como artista de grande potencial, habilitado para tirar fotografias de todos os formatos e possuidor de port-folio com vistas de Bangkok, cenas campestres, edifícios públicos, templos, palácios e figuras destacadas das hierarquias civil e religiosa do país. Para marcar os seus produtos usava selos da sua autoria: Francis Chit Bangkok, F. Chit, F. Chit & Son, by Appointment Photographer to H. M. e, depois, Khoom Soondr Sadislack [...].





Selo de Francis Chit no verso de uma carte-de-visite




Como bom homem de negócios, Francisco Chit sabia prever o futuro e investiu na família. Do seu primeiro casamento, nasceram quatro filhos, dois dos quais seguiram as pisadas do pai. Tong Dee, que herdou a empresa de Francisco, era um homem de talento. Foi o primeiro siamês a receber formação técnica e artística na Alemanha, onde passou quatro anos como aluno aprendiz de Bernhard Kindermann Ao regressar ao Sião, aprofundou a parceria com o pai e foi-se lentamente apossando da atividade da empresa. Rama V fê-lo Khun Chaya Sathisakon. Ainda do primeiro casamento, uma outra vocação. A sua filha Soi era, também, aficionada da fotografia e explorou com sagacidade a sua condição de mulher. A Cidade Interior – isto é, o gineceu – estava vedada a homens, pelo que Soi ali se introduziu como artista de fotografia, respondendo à febre pelas imagens que contagiava a alta sociedade siamesa. Quando Rama V visitou a Europa, em 1893, a Rainha Saovabha Bongsri ocupou a regência durante a ausência do seu real esposo. Para muitos actos a que presidia na condição de regente, requereu os trabalhos de Soi. De um segundo casamento, Francisco teve um filho chamado Tam, que não foi apenas fotógrafo como o pai, mas também cineasta. Nai Tam teve um filho, igualmente fotógrafo profissional e a sua linhagem familiar e artística prolongou-se até finais do século XX.”






Musicos, Bangkok, postal n.º 457 a partir de fotografia de Joaquim António ca. 1902.


“Joaquim António nasceu em Macau e aí terá frequentado o ensino básico e, depois, recebido formação técnico-profissional em Hong Kong, onde obteve diploma de Construção de Obras Públicas e Minas. São obscuros os primeiros anos da sua estadia no Sião, mas sabe-se que trabalhou como desenhador técnico para o Departamento de Caminhos-de-Ferro. Depois, instalou-se por conta própria abrindo um estúdio na Charoen Krung – principal artéria comercial de Bangkok – aí recebendo os melhores clientes: os ricos e os influentes. Homens de negócios, os príncipes da parentela real e os diplomatas estrangeiros em missão de visita a Rama V pousavam para a sua objectiva, em frente de cenários de papelão e estuque ou nos exteriores. Fizera trabalhos para a legação britânica, que lhe valeram a admiração e carta de recomendação de Mr. Burnes – Chargé d’Affaires daquela representação diplomática – a um dos irmãos do Rei.







Mulheres tailandesas fotografadas por Joaquim António ca. de 1902 e reprduzidas em postais que eram comercializados pelo fotógrafo. As fotografias foram publicadas em: "The 1904 Traveller's Guide to Bangkok and Siam" e "Twentieth century impressions of Siam", em 1908.


Convidado para fotógrafo da casa real, António expôs trabalhos seus na Exposição de Hanói (1902), já na condição de «fotógrafo do Rei do Sião», aí apresentando «uma bela colecção de fotografias que nos iniciam no charme da aldeia e dos campos siameses, dos tipos masculinos e femininos, interessantes pelo etnográfico, nos trabalhos empregues para a cultura do arroz, tão característico, mau grado as tendências progressivas de S. M. o Rei Chulalongkorn».





Dois anos volvidos, apresentou-se na Feira Mundial de Saint Louis (1904), onde foi premiado com uma medalha de prata pela «melhor colecção de vistas do Sião e países vizinhos».




Em 1904 lançou The 1904 Traveller’s Guide to Bangkok and Siam, o primeiro guia turístico publicado no Sião.” [vide Albert Ducarre – Mission à l’exposition de Hanói et en Extrême – Orient: [1902-1903]: rapport general. Paris: [s.n.], 1903, p.65. Charlton Bristow Perkins – Travels from the grandeurs of the West to mysteries of the East. San Francisco: The CB Perkins Company, 1909, p. 325.]

Parece que o Sião é um caso único e muito particular da fotografia no Sudeste-Asiático, onde destacamos a paixão pela fotografia por parte da família real e ao mesmo tempo uma forte resistência à intrusão de fotógrafos estrangeiros no território.








Pensamos que estes dois factores contribuíram para a importância de Francis Chit, e mais tarde de Joaquim António, na fotografia fixada na Tailândia, até porque, os dois terão sido uma espécie de "cronistas de imagem" da família real tailandesa durante pelo menos 60 anos em que a acompanharam em viagens, nos eventos oficiais e na corte.




Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

segunda-feira, dezembro 05, 2011

"Das Partes do Sião" / "ของหุ้นของ บริษัท สยาม"





A Biblioteca Nacional de Portugal, em colaboração com o Instituto do Oriente (ISCSP, Universidade Técnica de Lisboa,) associa-se a estas comemorações, organizando uma exposição documental e bibliográfica que reúne pela primeira vez os monumentos portugueses originais mais significativos para compreensão desta excepcional relação.

Presente n’Os Lusíadas de Luís de Camões, na Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, nas Décadas de Barros, nas Lendas de Gaspar Correia, na cartografia de Fernão Vaz Dourado, nas cartas de Afonso de Albuquerque, na documentação setecentista do antigo estabelecimento português de Bangkok, na documentação diplomática e tratados oitocentistas, o Sião visto de Portugal estará bem presente nesta exposição que também inclui rara iconografia da feitoria portuguesa de Bangkok e das visitas de Estado dos reis Chulalongkorn (1897) e Bumibhol (1960 ).


Organizado em torno de núcleos fundamentais – a visão quinhentista do Sião e as primeiras iniciativas diplomáticas; o estabelecimento português de Ayhuttaya e as missões; o período de Bangkok e os notáveis luso-siameses; os grandes tratados oitocentistas; as visitas reais a Portugal nos séculos XIX e XX; a historiografia portuguesa e a Tailândia – o percurso expositivo pretende, assim, ilustrar a continuidade dessa secular relação nas suas vertentes geográficas, literárias, sociais, religiosas, artísticas, comerciais, diplomáticas e historiográficas.


© Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

Segunda coroação do Rei Chulalongkorn, em Outubro de 1873. Sentado com a regalia (coroa, ceptro, sandálias, caixa de bétele, escarrador, incenso...)

Fotografia de Francis Chit (Khun Sunthornsathitsalak), 1830-1891. Papel albuminado colado sobre cartão, dimensões 26,3 x 22 cm




© Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria


Os “protegidos chineses” no consulado português em Banguecoque, por ocasião do aniversário do Rei D. Carlos, em 1899.

Fotografia de Joaquim António, 1857, Macau – 1912, Banguecoque. Papel albuminado, dimensões 21,4 x 29 cm



Inauguração da exposição "Das Partes do Sião", 7 de Dezembro de 2011, 18h00, Sala de Exposições, Piso 3. Até 18 de Fevereiro de 2012


segunda-feira, outubro 11, 2010

Fernando Lemos: "Eu sou a fotografia!"




Fernando Lemos está de novo em Lisboa, ali ao pé do bairro que o viu nascer, Campo de Ourique. A exposição Isto é Isto e Ex-Fotos está na Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva que mostra desenho e fotografia. No dia 9 de Outubro, o artista acompanhado dos comissários Filipa Valladares e João Pinharanda esteve à conversa com quem gosta de fotografia.

A partir do dia 17 de Outubro vamos poder assistir ao Ciclo Fernando Lemos na FASVS com filmes e documentários sobre o artista:
15 Outubro, Luz Teimosa, estreia no Doc'Lisboa 2010, às 19h00, na Culturgest.
17 Outubro, 7 e 21 Novembro, domingos, 15h30 Fernando Lemos – atrás da Imagem, de Guilherme Coelho, 2006, 55’
24 Outubro, 14 e 28 Novembro Foto Doc: Fernando Lemos, de Camila Garcia e Renato Suzuki, 2005, 30'. Fernando Lemos e o Surrealismo, de Bruno de Almeida e Pedro Aguilar, 2006, 10’
31 Outubro, 5 Dezembro Conversas com Glícinia, de Jorge Silva Melo, 2004, 55’
Janeiro 2011 (em dias a anunciar) Luz Teimosa, de Luís Alves de Matos, 2010, 75’ (estreia no Doc’Lisboa 2010, 15 Outubro, 19h00, Culturgest)




Artista plástico português, José Fernandes de Lemos nasceu em 1926, em Lisboa. A sua actividade estende-se a áreas como a pintura, desenho, fotografia, gravura, artes gráficas e poesia. Estudou pintura e litografia na Escola de Artes Decorativas António Arroio e, depois, pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Os seus tempos de adolescência foram passados dentro do meio artístico lisboeta. Aos 18 anos começou a trabalhar como desenhador de publicidade, o que aumentou o convívio com artistas e poetas. Desde cedo, Fernando Lemos definiu-se como "surrealista, pintando, desenhando, escrevendo poesia" e fotografando.Os poucos anos que dedicou à fotografia tiveram a sua origem depois de umas férias (1947) passadas com o pintor Vespeira nas ilhas Berlengas onde realizou uma série de pinturas sobre a água. A noção de a água poder integrar a própria pintura desencadeou nela a ideia da fotografia, partindo da evidência da imagem fotográfica surgir de um elemento líquido. Em 1949 comprou uma Flexaret e começou a fotografar. Nesta altura, já o período surrealista tinha passado e a fotografia que se fazia em Portugal era meramente paisagística. A necessidade inconsciente de liberdade de expressão levou Fernando Lemos a fotografar recorrendo a processos muito utilizados na fotografia surrealista (solarização, sobreposições, impressões em negativo e positivo) construindo uma linguagem de fragmentação da imagem (algo frequente, por exemplo, em Man Ray). Em 1953, em virtude da sua oposição ao regime salazarista, muda se para São Paulo, Brasil, naturalizando-se brasileiro por volta de 1960. Em 1955, ganhou o prémio viagem da Fundação Bienal de São Paulo (3.a Bienal) e viaja pela Europa. Em 1962 recebe uma bolsa de estudos para o Japão, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Na sua actividade como poeta e escritor integrou a redacção do jornal Portugal Democrático, um jornal dedicado aos exilados políticos no Brasil, entre 1955 e 1975. Dedicou se, também, à escrita de poesia e, em 1985, publicou o livro intitulado Cá & Lá, editado pela Imprensa Nacional, Lisboa. Na sua pintura, Fernando Lemos evoluiu de um abstraccionismo geométrico (anos 70) para uma pintura de "rigor" com elementos figurativos onde ressurgem formas orgânicas com um tipo de construção e composição no espaço que se pode comparar ao início da sua obra nos anos 1950. Esta pintura está enraizada na fantasia e no lirismo.Apesar de a sua actividade actual dominante ser a de designer e pintor, foi o seu espólio fotográfico que lhe permitiu ganhar o Prémio Anual de Fotografia, concedido pelo Centro Português de Fotografia, Porto, em 2001.
Fernando Lemos é desenhador, pintor, poeta e fotógrafo. Ou melhor, como costuma dizer o fotógrafo: "Eu sou a fotografia". Quem gosta muito de fotografia foi, no dia 9 de Outubro, à Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, ouvir o artista falar sobre: "A nossa cara.", "O que é a fotografia?", "A alta-definição", " O olho", "A intimidade", "Ler fotografia.". Estivemos lá "para o que der e vier..." Gravei 2 Gigabites de conversa. Entretanto, esgotaram-se os Gigas e a conversa ficou a meio.


"Estamos aqui para o que der e vier."



"A fotografia é ensinar a ver"


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"Ler a fotografia"


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"O que é a fotografia?"


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"A velocidade, a precisão, o original, a cóopia e a matriz."


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"A alta definição"



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"Isto é Isto!"


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"O gesto, o olho e a intimidade."


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"O retrato e a procura da nossa cara!"
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"O autoretrato de Portugal!"

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